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Emprego na Zona Franca tem pior ano da década
PABLO SOLANO
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
O ano passado foi o pior da
década para a geração de empregos na Zona Franca de Manaus e demais indústrias da capital do Amazonas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados) do governo federal.
De janeiro a setembro de
2008, foram criados 8.234 postos de trabalho, mas, sob efeito
da crise de crédito, o saldo foi
perdido no último trimestre do
ano, quando quase 10 mil empregos foram eliminados.
Os dados do Caged divulgados anteontem mostram que a
indústria de transformação de
Manaus terminou com saldo
negativo de 1.294 vagas em relação a 2007 (1,15% a menos),
apesar de acordos entre empresas e sindicatos para suspender contratos temporariamente, para períodos de treinamento. Os cortes atingiram
principalmente trabalhadores
temporários.
"Os acordos de qualificação,
em muitos casos, foram insuficientes, pois algumas empresas
já tinham grande margem de
ociosidade em suas linhas de
produção e não tinham condições de manter trabalhadores",
disse o diretor executivo da
Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas),
Flávio José Dutra.
Os setores de eletroeletrônico, informática, peças de plástico e componentes para motos
foram os que mais demitiram
em dezembro, segundo o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Maurício Loureiro.
O resultado de Manaus contrasta com o obtido pela indústria da transformação em todo
o Brasil. O ano de 2008 terminou no país com um saldo positivo de 178 mil postos de trabalho, um crescimento de 2,55%.
Os dados do Ministério do
Trabalho para a indústria de
Manaus mostram que 2008 teve o pior dezembro da série
histórica do Caged, quando o
ocorreram 1.197 admissões
contra 7.304 desligamentos,
saldo negativo de 6.107 vagas.
As montadoras de motos,
que rapidamente sentiram os
efeitos da crise de crédito, afirmam que têm um acordo com o
governo do Estado e o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus
para não realizarem novas demissões até março.
O diretor-executivo da Abraciclo (que congrega montadoras de motos no Brasil),
Moacyr Alberto Paes, diz que a
manutenção dos empregos é a
contrapartida a incentivos fiscais oferecidos pelo Estado.
Também está em discussão
um acordo similar envolvendo
os eletroeletrônicos, segundo o
presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletrônicos e Similares de Manaus,
Wilson Périco. Enquanto isso,
ele afirma que não ocorrerão
demissões no setor.
Proporcionalmente, Manaus
foi a capital que mais perdeu
vagas em dezembro, considerados todos os setores da economia: foram 11.938 vagas, menos
3,57% em relação a novembro.
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