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Bolsa cai 4% em meio a perdas de bancos no exterior
NY tem maior queda em dia de posse em 112 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia da posse do novo presidente dos EUA, Barack Obama,
não trouxe euforia para os mercados. As Bolsas de Valores encerraram em baixa nas principais praças financeiras -a Bovespa teve perdas de 4,01%.
Com o setor bancário internacional de volta ao centro das
preocupações, os investidores
têm se desfeito de muitas ações
que tinham iniciado uma recuperação nos primeiros pregões
de 2009. Sem novidades no discurso de posse de Obama, os
mercados recuaram ontem a
suas mínimas no fim do pregão.
O índice Dow Jones, que reúne as ações americanas mais
negociadas, terminou com recuo de 4,01%. Esse foi o pior
pregão em um dia de posse de
um presidente dos EUA em 112
anos, segundo compilação da
Bloomberg. Na Europa, a Bolsa
de Paris perdeu 2,15%; Frankfurt teve queda de 1,77%; e Londres perdeu 0,42%.
"Os pregões voltaram a ser
tumultuados, com a preocupação com o setor bancário retornando com força. Obama não
disse nada de muito novo. Mas
o que se espera dele agora são
ações, e não discursos", afirma
Álvaro Bandeira, diretor da
corretora Ágora.
O mau desempenho das instituições financeiras tem afetado de forma intensa as Bolsas
nos últimos pregões. O que os
investidores temem é que os
bancos necessitem de mais ajuda dos governos como forma de
cobrir suas perdas bilionárias.
Ontem, em Wall Street, foi a
vez de as ações da administradora de investimentos americana State Street caírem 59%,
com previsão de lucro menor.
Na Bovespa, as ações dos
bancos não escaparam do mau
humor com o segmento: BB ON
recuou 6,85%; Itaú PN caiu
6,83%; e Bradesco PN, 5,27%.
Nesse dia mais tenso, o dólar
se apreciou diante de várias
moedas. Em relação ao real, a
moeda norte-americana registrou alta de 1,72%, para encerrar cotada a R$ 2,372.
O Banco Central brasileiro
marcou presença no mercado e
vendeu dólares às instituições
financeiras, mas a atuação não
deteve mais um dia de depreciação do real. No ano, o dólar
passou a registrar alta de 1,63%.
A autoridade monetária também vendeu contratos de
"swap cambial" (que rendem a
variação da moeda), em um
montante de US$ 2,46 bilhões.
Fuga da Bolsa
Na Bovespa, o saldo das operações feitas com capital externo voltou a ficar negativo. Até o
dia 15, as vendas de ações brasileiras feitas pelos estrangeiros
bateram as compras em R$
248,27 milhões. Esse balanço
vinha se mantendo positivo havia até pouco tempo: no dia 7, o
saldo estava positivo em R$
1,04 bilhão.
Essa virada no saldo externo
do mercado acionário favoreceu a depreciação do real e a
queda da Bolsa.
Após empolgar os investidores no começo do ano, a Bovespa entrou ontem em terreno
negativo. O Ibovespa, o principal índice do mercado doméstico, passou a registrar desvalorização de 0,74% no ano. Ontem,
o índice acionário encerrou aos
37.272 pontos. A pontuação da
Bolsa oscila com o valor dos
preços das ações. Quando os
valores de mercado das companhias encolhe, a pontuação diminui. Em maio de 2008, a Bovespa bateu em seu pico, ao alcançar 73.516 pontos. Mas a
crise internacional corroeu o
valor das empresas com ações
listadas na Bolsa e afastou o
mercado da máxima histórica.
A recuperação do petróleo
ontem não ajudou as ações da
Petrobras, que terminaram
com baixa de 3,23% (preferenciais) e 3,58% (ordinárias). A
ação PNA da Vale encerrou em
desvalorização de 4,13%.
(FABRICIO VIEIRA)
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