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MÍDIA
Corte nos EUA rejeita pedido de credores para reestruturação de dívida da empresa
Globopar obtém vitória na Justiça
DE NOVA YORK
A Corte de Falências do Distrito
Sul de Nova York recusou, na última quinta-feira, o pedido de três
fundos de ações que solicitavam
que a Justiça dos EUA reorganizasse as dívidas da Globopar.
A ação pretendia que a empresa
brasileira fosse enquadrada no capítulo 11 do Código de Falências
dos Estados Unidos. A juíza Prudence Carter Beatty, porém, emitiu decisão em favor da Globopar.
Segundo o porta-voz da empresa em Nova York, Joel Weiden, a
juíza concordou com a argumentação da companhia, que afirmava que uma corte americana não é
o foro adequado para reestruturar
suas dívidas. Ainda segundo a juíza, a ação de petição involuntária
sob o capítulo 11 movida pelos
fundos não conseguira atender a
nenhum "propósito legítimo", já
que a empresa não possui bens
em território americano.
A petição involuntária sob o capítulo 11 do Código de Falências
dos EUA é um dispositivo legal
segundo o qual um grupo de credores pede a falência da empresa
devedora e a intervenção da Justiça para reorganização de dívidas.
Em teoria, os advogados que representam os fundos de ações poderiam recorrer da decisão. Procurado pela Folha, o escritório
Fried, Frank Harris Shriver & Jacobson, que representa os credores que entraram com a ação da
Corte de Falências do Sul de Nova
York, não comentou o caso.
Nota
"Temos feito progressos significativos nas discussões com nossos grupos de credores em relação
a uma programação de pagamentos consensual entre o nosso banco e as nossas dívidas. Esperamos
continuar essas discussões e apresentar um plano para eles [os credores] num futuro próximo",
afirmou Ronnie Vaz Moreira,
presidente da Globopar, em nota
divulgada para a imprensa.
O porta-voz da empresa em Nova York disse que a apresentação
da proposta de renegociação das
dívidas por parte da Globopar deve ocorrer ainda em março.
Em dezembro de 2003, o gestor
de investimentos W.R. Huff Asset
Management entrou com uma
ação contra a Globopar na Justiça
americana solicitando a renegociação judicial de uma dívida vencida no valor de US$ 94,3 milhões.
À época, a empresa declarou
que o W.R. Huff era um fundo
"abutre". No jargão do mercado,
o termo significa investidores que
compram papéis de empresas em
dificuldades para obter condições
vantajosas de renegociação.
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