São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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MÍDIA

Corte nos EUA rejeita pedido de credores para reestruturação de dívida da empresa

Globopar obtém vitória na Justiça

DE NOVA YORK

A Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York recusou, na última quinta-feira, o pedido de três fundos de ações que solicitavam que a Justiça dos EUA reorganizasse as dívidas da Globopar.
A ação pretendia que a empresa brasileira fosse enquadrada no capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos. A juíza Prudence Carter Beatty, porém, emitiu decisão em favor da Globopar.
Segundo o porta-voz da empresa em Nova York, Joel Weiden, a juíza concordou com a argumentação da companhia, que afirmava que uma corte americana não é o foro adequado para reestruturar suas dívidas. Ainda segundo a juíza, a ação de petição involuntária sob o capítulo 11 movida pelos fundos não conseguira atender a nenhum "propósito legítimo", já que a empresa não possui bens em território americano.
A petição involuntária sob o capítulo 11 do Código de Falências dos EUA é um dispositivo legal segundo o qual um grupo de credores pede a falência da empresa devedora e a intervenção da Justiça para reorganização de dívidas.
Em teoria, os advogados que representam os fundos de ações poderiam recorrer da decisão. Procurado pela Folha, o escritório Fried, Frank Harris Shriver & Jacobson, que representa os credores que entraram com a ação da Corte de Falências do Sul de Nova York, não comentou o caso.

Nota
"Temos feito progressos significativos nas discussões com nossos grupos de credores em relação a uma programação de pagamentos consensual entre o nosso banco e as nossas dívidas. Esperamos continuar essas discussões e apresentar um plano para eles [os credores] num futuro próximo", afirmou Ronnie Vaz Moreira, presidente da Globopar, em nota divulgada para a imprensa.
O porta-voz da empresa em Nova York disse que a apresentação da proposta de renegociação das dívidas por parte da Globopar deve ocorrer ainda em março.
Em dezembro de 2003, o gestor de investimentos W.R. Huff Asset Management entrou com uma ação contra a Globopar na Justiça americana solicitando a renegociação judicial de uma dívida vencida no valor de US$ 94,3 milhões.
À época, a empresa declarou que o W.R. Huff era um fundo "abutre". No jargão do mercado, o termo significa investidores que compram papéis de empresas em dificuldades para obter condições vantajosas de renegociação.


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