São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Leite e antidumping
O governo brasileiro decidiu abrir revisão do acordo de preços de importação de leite em pó da Argentina. A decisão foi tomada pela circular nš 9, assinada pelo secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, e publicada no "Diário Oficial" da União de ontem.

Pedido veio da CNA
A decisão do governo atende pedido da CNA (Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil) em defesa dos produtores nacionais. A CNA argumenta que é preciso manter as medidas de proteção aos produtores nacionais, para evitar a prática de dumping (venda abaixo do custo).

Taxação será de 11%
Com a decisão da Secex, será mantido por pelo menos mais um ano o preço mínimo de US$ 1.900 por tonelada para o leite em pó vindo da Argentina. Compras abaixo desse valor pagarão 11% de Imposto de Importação. O acordo de preços mínimos com os argentinos vale desde fevereiro de 2001.

Baixo risco
O Canadá confirmou que o caso de gripe aviária ocorrida no país é de baixo risco. Mas os estragos devido à aparência do vírus são grandes, já que vários países, entre eles o Brasil, suspenderam as importações de aves do país.

Comunidades carentes
Técnicos do Banco do Brasil percorreram o país para levantar problemas e potencialidades das comunidades rurais carentes. Foram feitos 415 diagnósticos dessas comunidades e 528 perfis de municípios. O trabalho, que resultou em 5.000 páginas, será encaminhado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, que está montando um banco de dados sobre produção familiar.

Opção pela soja
Aconteceu o que já era previsto. Os norte-americanos também foram atraídos pelos bons preços da soja e mostraram intenção de elevar a área de plantio para 31,1 milhões de hectares, 5% a mais. Quem perde é o trigo primavera, que teve queda de 2%. A área de milho cresce 2%.

Safra elevada
A primeira estimativa de safra de soja dos norte-americanos é de 79,7 milhões de toneladas. Há cinco anos que os EUA prevêem safra próxima de 80 milhões de toneladas, mas patinam nos 70 milhões ou menos. Em 2003, ficaram em 65,8 milhões.

Preocupação com o Brasil
As previsões de quebra de safra da soja no Brasil provocaram elevação de preços da soja na Bolsa de Chicago. Os preços chegaram aos maiores patamares desde 1997 e terminaram o pregão a 893 centavos de dólar por bushel, com alta de 1,5%.

Efeito colheita
O avanço da colheita de arroz começa a derrubar os preços com maior intensidade no Rio Grande do Sul. Pesquisa feita pela Folha registrou ontem até R$ 32,50 por saca no preço pago ao produtor. Na média, os preços ficaram em R$ 33,90, com queda de 9% na semana.

Direção oposta
Se o arroz cai, o feijão sobe. A menor oferta nas regiões produtoras elevou o preço da saca para até R$ 86 no interior de São Paulo. Os preços médios apurados pela Folha subiram 9% nesta semana. Essa alta já provocou reajuste também no atacado, onde a saca foi para R$ 100 em São Paulo.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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