São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Cotação do petróleo volta a bater recorde em NY

Possível corte nos juros dos EUA anima investidores, e barril chega a US$ 100,74

Alta do preço do petróleo, porém, pode dificultar novo corte nos juros pelo BC dos EUA, já que deve se traduzir em um aumento da inflação

DA REDAÇÃO

O preço do petróleo voltou a bater recorde ontem, puxado pelas perspectivas de um novo corte na taxa de juros básica americana pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). Depois de fechar anteontem pela primeira vez acima de US$ 100, a cotação do barril avançou 0,73% e terminou o dia em US$ 100,74.
Com a redução das estimativas de crescimento do PIB americano pelo Fed (leia texto abaixo), os investidores passaram a apostar em uma nova redução nos juros, o que tornaria o dinheiro mais barato e permitiria que os consumidores pudessem gastar mais em itens como combustível. Antes de recuar, o barril chegou a estar cotado a US$ 101,32 durante o dia em Nova York, o que também é um recorde nessa comparação.
Porém, em Londres, o barril do Brent se desvalorizou em 0,14%, finalizando o pregão cotado a US$ 98,42. Nos últimos 30 dias, ele já subiu 10,3%. Em Nova York, a alta nesse mesmo período foi de 11,23%.
O aumento do preço do barril pode, no entanto, dificultar a tarefa do Fed, já que deve se traduzir em alta dos combustíveis e, conseqüentemente, da inflação. Uma das tarefas do BC dos Estados Unidos é combater o aumento dos preços. No mês passado, os preços de energia subiram 0,7%, ante uma alta de 0,4% no índice de inflação ao consumidor americano.
A nova alta de ontem em Nova York fez a cotação do petróleo se aproximar do seu recorde em termos reais. Com o ajuste da inflação americana no período, o recorde do preço do barril ainda pertence a abril de 1980, quando o produto valia aproximadamente US$ 102.
Os investidores também estão apostando que o consumo de matérias-primas vai continuar em alta, apesar das perspectivas de desaceleração da economia mundial. Nesta semana, por exemplo, a Vale fechou acordo com as principais siderúrgicas mundiais que prevê aumento de até 71% no preço do minério do ferro -o segundo maior da história.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia (AIE), a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, o cartel que reúne países como Arábia Saudita, Irã e Venezuela e responsável por cerca de 40% da produção mundial), e o Departamento de Energia dos Estados Unidos reduziram as suas previsões de aumento do consumo para este ano. Os três organismos, no entanto, ainda apostam em um crescimento de pelo menos 1 milhão de barris -a AIE estima um avanço de 1,7 milhão de barris.
As previsões das entidades mostram que, mesmo com a possível desaceleração da economia mundial, a demanda por petróleo continua maior que a produção, o que acaba elevando os preços da commodity.


Com agências internacionais

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