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Cotação do petróleo volta a bater recorde em NY
Possível corte nos juros dos EUA anima investidores, e barril chega a US$ 100,74
Alta do preço do petróleo, porém, pode dificultar novo corte nos juros pelo BC dos
EUA, já que deve se traduzir em um aumento da inflação
DA REDAÇÃO
O preço do petróleo voltou a
bater recorde ontem, puxado
pelas perspectivas de um novo
corte na taxa de juros básica
americana pelo Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
EUA). Depois de fechar anteontem pela primeira vez acima de US$ 100, a cotação do
barril avançou 0,73% e terminou o dia em US$ 100,74.
Com a redução das estimativas de crescimento do PIB
americano pelo Fed (leia texto
abaixo), os investidores passaram a apostar em uma nova redução nos juros, o que tornaria
o dinheiro mais barato e permitiria que os consumidores pudessem gastar mais em itens
como combustível. Antes de recuar, o barril chegou a estar cotado a US$ 101,32 durante o dia
em Nova York, o que também é
um recorde nessa comparação.
Porém, em Londres, o barril
do Brent se desvalorizou em
0,14%, finalizando o pregão cotado a US$ 98,42. Nos últimos
30 dias, ele já subiu 10,3%. Em
Nova York, a alta nesse mesmo
período foi de 11,23%.
O aumento do preço do barril
pode, no entanto, dificultar a
tarefa do Fed, já que deve se
traduzir em alta dos combustíveis e, conseqüentemente, da
inflação. Uma das tarefas do BC
dos Estados Unidos é combater
o aumento dos preços. No mês
passado, os preços de energia
subiram 0,7%, ante uma alta de
0,4% no índice de inflação ao
consumidor americano.
A nova alta de ontem em Nova York fez a cotação do petróleo se aproximar do seu recorde
em termos reais. Com o ajuste
da inflação americana no período, o recorde do preço do barril
ainda pertence a abril de 1980,
quando o produto valia aproximadamente US$ 102.
Os investidores também estão apostando que o consumo
de matérias-primas vai continuar em alta, apesar das perspectivas de desaceleração da
economia mundial. Nesta semana, por exemplo, a Vale fechou acordo com as principais
siderúrgicas mundiais que prevê aumento de até 71% no preço do minério do ferro -o segundo maior da história.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia
(AIE), a Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo, o cartel que reúne países
como Arábia Saudita, Irã e Venezuela e responsável por cerca
de 40% da produção mundial),
e o Departamento de Energia
dos Estados Unidos reduziram
as suas previsões de aumento
do consumo para este ano. Os
três organismos, no entanto,
ainda apostam em um crescimento de pelo menos 1 milhão
de barris -a AIE estima um
avanço de 1,7 milhão de barris.
As previsões das entidades
mostram que, mesmo com a
possível desaceleração da economia mundial, a demanda por
petróleo continua maior que a
produção, o que acaba elevando
os preços da commodity.
Com agências internacionais
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