São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2006

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Após fusão com a Sky, assinante da DirecTV terá novo aparelho sem custo

RICARDO FELTRIN
EDITOR-CHEFE DA FOLHA ONLINE

Se aprovada a fusão entre a DirecTV e a Sky, os cerca de 400 mil assinantes da DirecTV terão de trocar seus aparelhos receptores para o sistema Sky. A troca desses aparelhos mais o redirecionamento das antenas vai demorar cerca de um ano para ser finalizada. Nada será cobrado dos assinantes, disse em entrevista o presidente da DirecTV, diretor da gestão de fusão e futuro presidente da DirecTV/ Sky, Luiz Eduardo Baptista.
Cerca de 1,4 milhão de domicílios serão afetados pela fusão das empresas (1 milhão de assinantes da Sky, 400 mil da DirecTV), mas o processo ainda depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão do governo federal). A expectativa de Baptista é de aprovação até maio.
Anunciada em outubro de 2004, a fusão foi liberada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em novembro do ano passado. Em sua decisão, a agência proibiu apenas a exclusividade de canais. Até que a nova operadora esteja totalmente em funcionamento na casa de todos os assinantes, os dois satélites continuarão em operação.

Mudanças
Baptista diz que os assinantes não terão nenhum ônus com a fusão e que algumas decisões operacionais já estão tomadas:
1) O satélite que será usado na nova empresa será o da Sky. O sistema Sky é mais moderno e menos custoso em termos de manutenção que o da DirecTV. A qualidade de imagem também é superior. As transmissões terão como sede Tamboré, na Grande São Paulo, sede da DirecTV;
2) O trabalho dos técnicos para trocar um aparelho e redirecionar a antena demora cerca de 30 minutos. Podem ocorrer problemas isolados na operação. Alguns assinantes terão problemas na hora de sintonizar o novo satélite. Locais que hoje captam muito bem a DirecTV podem não captar tão bem o sinal da Sky. "Mas esse número deve ser ínfimo em relação ao universo de assinantes", afirma o executivo;
3) Hoje o assinante Sky é obrigado a comprar o aparelho, enquanto o da DirecTV o tem por comodato (empréstimo gratuito). O novo sistema será o de comodato. Assim, é justo pensar que alguns assinantes da Sky se sentirão prejudicados porque gastaram para adquirir um aparelho que agora será emprestado.
Como será a reação do consumidor a isso, não se sabe. Um caminho ao atual assinante da Sky seria "descontar" o valor pago pelo aparelho nas parcelas mensais do pacote do assinante. Por outro lado, a compra do aparelho já fez parte de um contrato (um instrumento jurídico perfeito e já ocorrido), de forma que, juridicamente, a nova empresa não é obrigada a ceder tal benefício. Mas sempre é possível uma negociação;
4) A programação que os assinantes recebem hoje não vai mudar. Uma das premissas para a aprovação por parte do Cade é que o consumidor possa manter seu contrato atual sem qualquer ônus, até pelo menos o vencimento desse contrato. Após o vencimento do contrato, segundo o futuro presidente da DirecTV/Sky, haverá novos pacotes já integrados entre as atuais operadoras. O custo dessa mudança em relação aos preços atuais ainda é uma incógnita;
5) Após a fusão, serão oferecidos novos pacotes. Por exemplo, o atual assinante da DirecTV pode querer os canais da Globosat, como Globonews, GNT e Multishow. Nesse caso, terá de pagar um extra. O mesmo ocorrerá com o assinante Sky que quiser os canais exclusivos da DirecTV, como o Animax ou Disney;
6) O hoje criticado atendimento ao consumidor feito pela Sky será integralmente substituído pelo sistema da DirecTV. Luiz Eduardo Baptista afirma que tem condições de aumentar "imediatamente" a plataforma atual de atendimento da DirecTV dos atuais 400 mil para 900 mil assinantes. Em um ano (prazo para completar a fusão) o atendimento poderia suprir cerca de 1,5 milhão de assinantes, segundo ele;
7) A transmissão de canais abertos na nova plataforma ainda depende de negociações isoladas, mas sabe-se que o SBT continuará não sendo retransmitido por ninguém;
Se as promessas de Baptista não se realizarem, ou houver insatisfação, os consumidores terão direito de pedir o cancelamento do serviço, ingressar com ações junto ao Procon ou outros órgãos de defesa do consumidor, ou mesmo recorrer à Justiça.


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