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Após fusão com a Sky, assinante da DirecTV terá novo aparelho sem custo
RICARDO FELTRIN
EDITOR-CHEFE DA FOLHA ONLINE
Se aprovada a fusão entre a DirecTV e a Sky, os cerca de 400 mil
assinantes da DirecTV terão de
trocar seus aparelhos receptores
para o sistema Sky. A troca desses
aparelhos mais o redirecionamento das antenas vai demorar
cerca de um ano para ser finalizada. Nada será cobrado dos assinantes, disse em entrevista o presidente da DirecTV, diretor da
gestão de fusão e futuro presidente da DirecTV/ Sky, Luiz Eduardo
Baptista.
Cerca de 1,4 milhão de domicílios serão afetados pela fusão das
empresas (1 milhão de assinantes
da Sky, 400 mil da DirecTV), mas
o processo ainda depende de
aprovação do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica, órgão do governo federal).
A expectativa de Baptista é de
aprovação até maio.
Anunciada em outubro de 2004,
a fusão foi liberada pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) em novembro do ano
passado. Em sua decisão, a agência proibiu apenas a exclusividade
de canais. Até que a nova operadora esteja totalmente em funcionamento na casa de todos os assinantes, os dois satélites continuarão em operação.
Mudanças
Baptista diz que os assinantes
não terão nenhum ônus com a fusão e que algumas decisões operacionais já estão tomadas:
1) O satélite que será usado na
nova empresa será o da Sky. O sistema Sky é mais moderno e menos custoso em termos de manutenção que o da DirecTV. A qualidade de imagem também é superior. As transmissões terão como
sede Tamboré, na Grande São
Paulo, sede da DirecTV;
2) O trabalho dos técnicos para
trocar um aparelho e redirecionar
a antena demora cerca de 30 minutos. Podem ocorrer problemas
isolados na operação. Alguns assinantes terão problemas na hora
de sintonizar o novo satélite. Locais que hoje captam muito bem a
DirecTV podem não captar tão
bem o sinal da Sky. "Mas esse número deve ser ínfimo em relação
ao universo de assinantes", afirma o executivo;
3) Hoje o assinante Sky é obrigado a comprar o aparelho, enquanto o da DirecTV o tem por
comodato (empréstimo gratuito).
O novo sistema será o de comodato. Assim, é justo pensar que alguns assinantes da Sky se sentirão
prejudicados porque gastaram
para adquirir um aparelho que
agora será emprestado.
Como será a reação do consumidor a isso, não se sabe. Um caminho ao atual assinante da Sky
seria "descontar" o valor pago pelo aparelho nas parcelas mensais
do pacote do assinante. Por outro
lado, a compra do aparelho já fez
parte de um contrato (um instrumento jurídico perfeito e já ocorrido), de forma que, juridicamente, a nova empresa não é obrigada
a ceder tal benefício. Mas sempre
é possível uma negociação;
4) A programação que os assinantes recebem hoje não vai mudar. Uma das premissas para a
aprovação por parte do Cade é
que o consumidor possa manter
seu contrato atual sem qualquer
ônus, até pelo menos o vencimento desse contrato. Após o vencimento do contrato, segundo o futuro presidente da DirecTV/Sky,
haverá novos pacotes já integrados entre as atuais operadoras. O
custo dessa mudança em relação
aos preços atuais ainda é uma incógnita;
5) Após a fusão, serão oferecidos novos pacotes. Por exemplo,
o atual assinante da DirecTV pode querer os canais da Globosat,
como Globonews, GNT e Multishow. Nesse caso, terá de pagar um
extra. O mesmo ocorrerá com o
assinante Sky que quiser os canais
exclusivos da DirecTV, como o
Animax ou Disney;
6) O hoje criticado atendimento
ao consumidor feito pela Sky será
integralmente substituído pelo
sistema da DirecTV. Luiz Eduardo Baptista afirma que tem condições de aumentar "imediatamente" a plataforma atual de atendimento da DirecTV dos atuais 400
mil para 900 mil assinantes. Em
um ano (prazo para completar a
fusão) o atendimento poderia suprir cerca de 1,5 milhão de assinantes, segundo ele;
7) A transmissão de canais abertos na nova plataforma ainda depende de negociações isoladas,
mas sabe-se que o SBT continuará
não sendo retransmitido por ninguém;
Se as promessas de Baptista não
se realizarem, ou houver insatisfação, os consumidores terão direito de pedir o cancelamento do
serviço, ingressar com ações junto
ao Procon ou outros órgãos de
defesa do consumidor, ou mesmo
recorrer à Justiça.
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