|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
São Paulo e Rio abrem guerra fiscal na produção de ônibus
Em uma demonstração clara
de que a guerra fiscal está longe
do fim, o governador José Serra
acaba de editar um decreto que
isenta de cobrança de ICMS os
ônibus, chassis ou carrocerias
produzidos em São Paulo e destinados a concessionárias de
transporte coletivo de passageiros do Estado do Rio de Janeiro. O decreto, de número
51.671, foi publicado na sexta-feira passada, no "Diário Oficial", e é válido até 30 de maio.
Na exposição de motivos que
consta do decreto, o secretário
da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Machado Costa, diz,
com todas as letras, que foi uma
resposta à lei fluminense número 4.963, de 21 de dezembro
de 2006, sancionada pela ex-governadora do Rio Rosinha
Matheus, que também isenta
de impostos os mesmos produtos (ônibus, chassis e carrocerias) fabricados no Rio e vendidos para empresas concessionárias e permissionárias de
transportes coletivos.
Mauro Ricardo explica ainda,
na exposição de motivos, que
"tal medida foi necessária à defesa da isonomia tributária
concernente à manufatura de
ônibus neste Estado, tendo em
vista a grave distorção concorrencial instituída pela lei fluminense nš 4.963". Ele afirma,
ainda, que possui cópias de notas fiscais que comprovam que
o Estado do Rio tem praticado
essas isenções fiscais.
Quando instituiu a lei de
isenção de impostos no Rio, o
objetivo da governadora Rosinha Matheus foi aumentar o
número de ônibus no Rio para
o período do Pan, tanto que a
medida tem efeito temporário,
até 30 de maio. O que Serra fez
foi dar igualdade de condições a
São Paulo, e no mesmo período.
O secretário de Fazenda paulista diz, ainda, em sua exposição de motivos, que a medida
faz parte da primeira etapa do
trabalho de revisão do sistema
tributário estadual, que tem como objetivo restaurar a competitividade da economia paulista
para preservar os investimentos e os empregos no Estado.
O decreto de Serra cumpre a
ameaça feita recentemente pelo vice-governador e secretário
de Desenvolvimento paulista,
Alberto Goldman, de que São
Paulo entrará "com tudo" na
guerra fiscal se a reforma tributária não sair do papel.
Enquanto a reforma não
acontece, Goldman disse que
São Paulo não tem outra saída
senão estabelecer uma política
defensiva com incentivos fiscais para alguns setores em razão da disputa com outros Estados.
Serra tem defendido a cobrança do ICMS no Estado de
destino da produção, e não na
origem, como ocorre hoje. Se
essa mudança já estivesse em
vigor, a polêmica com relação à
isenção de impostos para os
ônibus não existiria.
O fato é que, no fim das contas, os dois Estados, tanto Rio
de Janeiro como São Paulo,
acabam sendo os maiores prejudicados com a guerra fiscal, já
que acabam por abrir mão de
parte da arrecadação.
NO COMÉRCIO
Fevereiro teve fraco movimento nas vendas em dólares
do comércio atacadista de produtos químicos e petroquímicos, caindo 6,4% ante janeiro, segundo a Associquim
(associação de distribuidores) e o Sincoquim (sindicato do
comércio do setor). Para as entidades, a expectativa de
vendas para março é positiva, com possível alta de 12%.
BOM NEGÓCIO
Levantamento da Advisor
Asset Management mostra
que investir na Bolsa de Valores no Brasil no longo prazo tem sido bom negócio.
Desde 1968, quando o índice
Bovespa foi criado, a Bolsa
rendeu 9,3% ao ano, já descontada a inflação do período. Ou seja, quem aplicou R$
1.000 em 1968 hoje teria R$
31.715 no bolso.
CASA NA ILHA
Os preços de apartamentos em Manhattan, os mais
altos dos EUA, subiram 6,1%
em média em 2006. O percentual representa uma desaceleração para menos de
um terço do ritmo registrado nos dois anos anteriores,
com o aumento da oferta e
das taxas de juros dos empréstimos para a compra da
casa própria.
TRANSLÚCIDO
O setor vidreiro faturou
em 2006 R$ 3,981 bilhões,
alta de 4,4% ante o ano anterior, segundo relatório da
Abividro (associação do setor). A capacidade instalada
total dos segmentos que
compõem o setor se manteve no período em 3.090 toneladas/ ano. No ano, as empresas vidreiras investiram
US$ 109 milhões.
PANELA DO PAPA
A cozinha que vai preparar a alimentação do Papa
Bento 16 terá padrão internacional de qualidade. A Keyassociados será responsável por garantir o cumprimento dos processos de qualidade da ISO 9001 na nova
cozinha do Seminário Bom
Jesus, que atenderá o papa
na sua passagem pela cidade
de Aparecida (SP).
Agência faz dez anos e ganha novo endereço
A agência MultiSolution
comemora dez anos em novo endereço. Especializada
em publicidade integrada a
marketing, ela sai da praça
Panamericana para a avenida dos Bandeirantes, em São
Paulo.
Fundada em 1997 por
Marcello Sant'Anna e Pedro
Queirolo, a agência hoje dirigida por eles dois e por Aldo Blankenburg, Alexandre
Morsa e Leonardo Corvo
conta com clientes como
Cervejaria Petrópolis, Ortobom e banco Cacique.
Em 2006, a Multi Solution
ganhou seis novas contas e
cresceu 50% sobre 2005. Para este ano, a idéia é, pelo
menos, repetir o resultado.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
Próximo Texto: Blitz vê condição degradante na produção de álcool em SP Índice
|