São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça decide que comitê administrará a VarigLog

Indicados terão de apresentar relatório no dia 28

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A VarigLog, empresa aérea de transporte de carga, passará a ser administrada por um comitê de fiscalização. A mudança é resultado da decisão da 17ª Vara Cível de São Paulo, que destituiu José Carlos Rocha Lima do cargo de administrador judicial. Ele ficará no cargo até o dia 28 deste mês.
O comitê de fiscalização, formado pelo engenheiro industrial Oscar Spessoto, pelo advogado Alfredo Luiz Kugelmas e pelo administrador de empresas Luis Gaj, deverá ter acesso a documentos relativos a movimentações financeiras e áreas de operação nesse período. No dia 28, o comitê precisará apresentar relatório de diagnóstico da situação da companhia e, a partir daí, poderá assumir a administração da VarigLog.
O nome de Rocha Lima havia sido designado pela Justiça, mas o juiz José Paulo Magano acatou um recurso ajuizado pelo fundo de investimento americano Matlin Patterson, um dos acionistas da VarigLog, para determinar a substituição. A base da decisão foi um e-mail enviado ao executivo do fundo Lap Chan cinco dias após a nomeação para o cargo de interventor judicial.
"O e-mail aparenta aproximação em desajuste com a posição esperada do administrador judicial", afirma a decisão, que informa que o administrador judicial relatou a um dos sócios a existência de um comprador para a empresa.
A VarigLog vive uma batalha judicial travada entre os três sócios brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) e o fundo americano. Os brasileiros foram afastados do comando da companhia sob acusação de gestão temerária.
Procurado pela reportagem, Rocha Lima afirmou que, antes mesmo de ter sido indicado para o cargo de administrador judicial, já havia trocado e-mails com os acionistas da VarigLog.
Ele afirma que não há desajuste entre a troca de e-mails e o cargo. "Não entendo outra solução, dada a incompatibilidade de ajuste entre as partes, que não seja a solução de mercado", disse. Ele afirmou que representava um grupo de investidores interessados na empresa.
"A empresa está se esvaindo", afirmou Rocha Lima. Ele diz que recomendou como opções para salvar a empresa um aporte de R$ 140 milhões pelos sócios ou a venda com o apoio de todas as partes.
O Matlin Patterson solicitou à Justiça a possibilidade de indicar profissionais com experiência no mercado, mas o pedido foi negado. O fundo informou, em nota, que vai recorrer da decisão e que sua proposta é indicar dois membros para a diretoria da Volo do Brasil, dona da VarigLog. O terceiro membro seria indicado pelos trabalhadores ou por um representante da Justiça.


Texto Anterior: Taurus, do setor de armas, lucra agora com capacetes
Próximo Texto: Procuradoria vê condição degradante em confecções
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.