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Justiça decide que comitê administrará a VarigLog
Indicados terão de apresentar relatório no dia 28
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A VarigLog, empresa aérea
de transporte de carga, passará
a ser administrada por um comitê de fiscalização. A mudança é resultado da decisão da 17ª
Vara Cível de São Paulo, que
destituiu José Carlos Rocha Lima do cargo de administrador
judicial. Ele ficará no cargo até
o dia 28 deste mês.
O comitê de fiscalização, formado pelo engenheiro industrial Oscar Spessoto, pelo advogado Alfredo Luiz Kugelmas e
pelo administrador de empresas Luis Gaj, deverá ter acesso a
documentos relativos a movimentações financeiras e áreas
de operação nesse período. No
dia 28, o comitê precisará apresentar relatório de diagnóstico
da situação da companhia e, a
partir daí, poderá assumir a administração da VarigLog.
O nome de Rocha Lima havia
sido designado pela Justiça,
mas o juiz José Paulo Magano
acatou um recurso ajuizado pelo fundo de investimento americano Matlin Patterson, um
dos acionistas da VarigLog, para determinar a substituição. A
base da decisão foi um e-mail
enviado ao executivo do fundo
Lap Chan cinco dias após a nomeação para o cargo de interventor judicial.
"O e-mail aparenta aproximação em desajuste com a posição esperada do administrador judicial", afirma a decisão,
que informa que o administrador judicial relatou a um dos
sócios a existência de um comprador para a empresa.
A VarigLog vive uma batalha
judicial travada entre os três
sócios brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e
Marcos Haftel) e o fundo americano. Os brasileiros foram
afastados do comando da companhia sob acusação de gestão
temerária.
Procurado pela reportagem,
Rocha Lima afirmou que, antes
mesmo de ter sido indicado para o cargo de administrador judicial, já havia trocado e-mails
com os acionistas da VarigLog.
Ele afirma que não há desajuste entre a troca de e-mails e
o cargo. "Não entendo outra solução, dada a incompatibilidade de ajuste entre as partes, que
não seja a solução de mercado",
disse. Ele afirmou que representava um grupo de investidores interessados na empresa.
"A empresa está se esvaindo", afirmou Rocha Lima. Ele
diz que recomendou como opções para salvar a empresa um
aporte de R$ 140 milhões pelos
sócios ou a venda com o apoio
de todas as partes.
O Matlin Patterson solicitou
à Justiça a possibilidade de indicar profissionais com experiência no mercado, mas o pedido foi negado. O fundo informou, em nota, que vai recorrer
da decisão e que sua proposta é
indicar dois membros para a diretoria da Volo do Brasil, dona
da VarigLog. O terceiro membro seria indicado pelos trabalhadores ou por um representante da Justiça.
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