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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Neschling entra na Justiça contra Osesp
John Neschling, regente
afastado da Osesp (Sinfônica
do Estado), protocolou na última quinta-feira pedido na Delegacia Regional do Trabalho
em São Paulo para verificar se o
novo regente titular da orquestra, o francês Yan Pascal Tortelier, tem ou não autorização para trabalhar no Brasil. Se não tiver, Neschling pede que "sejam
tomadas as medidas cabíveis
contra a Fundação Osesp", que
mantém a Sinfônica.
A DRT-SP confirmou o pedido de Neschling. Informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que o ex-regente da
Osesp receberá resposta a sua
solicitação na semana que vem.
Provavelmente também na
próxima semana Tortelier já
terá voltado à França.
A Folha apurou que Neschling vai ainda recorrer à Justiça contra a Fundação Osesp
para obter as verbas rescisórias
não pagas até agora, a que ele
entende ter direito. Para ele, o
processo de sua saída foi mal
conduzido, já que teria negociado a sua permanência na
Sinfônica do Estado até 2010.
O episódio da saída do maestro, que estava à frente da
Osesp desde 1997, foi bastante
tumultuado. Apesar de o salário mensal de R$ 120 mil de
Neschling sempre ter causado
polêmica, não foi essa a principal razão de sua saída.
O regente afastado entrou
em conflito direto com o governador José Serra, logo no início
do governo. Chamou-o de "menino mimado" e "autoritário" e
deu entrevistas criticando o governador e o secretário estadual da Cultura, João Sayad.
A gota d'água foram críticas
de Neschling à decisão do conselho da fundação de formar
um comitê para a escolha de
seu sucessor. Neschling afirmou publicamente que a sucessão estava sendo feita de
maneira "intempestiva e irresponsável".
Pouco depois, o maestro, que
estava na Suíça, recebeu um telefonema do ex-presidente da
República Fernando Henrique
Cardoso, atual presidente do
conselho da Fundação Osesp,
dizendo que a situação tinha ficado insustentável.
Em uma carta, foi informado
de que o conselho da instituição tinha decidido, em votação
"unânime", pela "ruptura imediata" de seu contrato.
A Fundação Osesp informou,
por meio de sua assessoria de
imprensa, que obteve junto ao
Ministério do Trabalho toda a
documentação necessária para
que Tortelier trabalhasse regularmente no Brasil. Sobre o pedido apresentado à Justiça do
Trabalho com relação a verbas
rescisórias, a fundação informou não ter sido notificada.
A Folha apurou que o salário
de Tortelier é mais do que o dobro do de Neschling.
NA CHUVA
A AGRC, unidade especializada em risco da consultoria e
corretora Aon, contabilizou entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões de prejuízo em média para cada cliente de Belo Horizonte e Rio de Janeiro com as recentes chuvas e enchentes.
O número reflete apenas a reposição de bens danificados.
"Há ainda os prejuízos ligados à interrupção do negócio",
afirma Alexandre Botelho, diretor da unidade. Segundo Botelho, o aquecimento global tem aumentado os riscos ligados
a catástrofes naturais para as empresas e alguns poderiam
ser evitados antes da implantação de muitos projetos.
SUTILEZA
Aos poucos, a comunicação
do Unibanco vai ganhando a cara do Itaú. Na campanha mais
recente que está no ar, foram
incorporadas pessoas junto aos
personagens em desenho animado, marca da propaganda do
Unibanco.
LARANJA
Foi a primeira vez que foram
colocados atores de verdade
nos filmes. Discretamente, há
um personagem que veste camiseta laranja, cor do logotipo
do Itaú.
ORGÂNICO
Os produtores brasileiros
de orgânicos terão de rever
as estratégias para ingressar
no mercado externo após a
crise, segundo Sylvia Wachner, coordenadora da Sociedade Nacional de Agricultura.
PRODUTIVO
Os orgânicos, que têm
custo mai alto de produção e
menor produtividade, estão
com valores equivalentes
aos produtos convencionais
no mercado externo. "Tudo
encarece o orgânico, o solo
tem que ser preparado por
anos, embalagem e certificação são caras. Mas agora terão que competir com o mesmo preço", diz Wachner.
Construção pesada volta a contratar
Depois de registrar quedas
consecutivas desde outubro,
o emprego na construção pesada apresentou a primeira
alta, em fevereiro, segundo o
Sinicesp (sindicato do setor).
Ainda tímida, a recuperação contabilizou saldo de
contratação de apenas 20
trabalhadores, totalizando
50.335 no mês.
A crise, que estancou empreendimentos, ajudou a
derrubar quase 4.000 vagas
de setembro a janeiro.
Para Helcio Farias, do Sinicesp, o mercado volta a se
aquecer, impulsionado pelas
obras estaduais de infraestrutura. "Estão em vias de
ser publicados os editais para
o novo pacote de obras do
Estado de São Paulo."
Farias calcula que o patamar de outubro, quando havia 53.644 vagas -mais de
3.000 acima do nível atual-,
deve ser alcançado em julho.
"Se o edital sai hoje, por
exemplo, imaginamos que é
preciso 90 dias para começar
a obra. Os empregos devem
vir com força em julho."
Para Farias, o pico de
2008, de setembro, pode ser
resgatado ainda neste ano.
TENDÊNCIA
Michael Gazala, presidente do WGSN América -portal
de pesquisa de tendências de design, consumo e artes on-line-, veio pela primeira vez ao Brasil nesta semana. Com
a crise, que estimulou a busca por pesquisa para embasar
decisões, a procura pelos serviços do portal subiu 10% ao
mês no país. O número de assinantes também cresceu. A
assinatura, que dá acesso a pesquisas sobre arte, beleza,
esporte e outros, custa US$ 27.000 ao ano.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, e FÁTIMA FERNANDES
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