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Aumenta o peso das
cidades médias no
consumo nacional
Localidades do Norte e do Nordeste ampliam participação, aponta estudo; Sul e grandes municípios do Sudeste perdem
No setor de shoppings, rede moderniza unidades no interior nordestino, com novas praças de alimentação e salas de cinema multiplex
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo da consultoria de
pesquisa de mercado Target
Marketing, feito com base em
dados do consumo das famílias
medido pelo IBGE, mostra que
as cidades médias do Nordeste
são as que apresentam as maiores taxas de crescimento do potencial de consumo no Brasil,
medido pelo IPC (Índice de Potencial de Consumo).
O IPC fornece a participação
de cada um dos 5.564 municípios em relação ao total do consumo no país. Juazeiro do Norte (CE), com 249 mil habitantes, elevou sua participação relativa em 18,2% em 2009. Campina Grande (PB), com 383 mil
e presença maior no consumo,
cresceu 17,77%.
Os estudo mostra ainda que,
enquanto as regiões Norte e
Nordeste ganharam participação em relação ao consumo total do país em 2009, o Sul e boa
parte dos municípios do Sudeste perderam. O IPC de São Paulo, por exemplo, caiu 4,73%.
Em 2000, as 27 capitais respondiam por 35,5% do total do
consumo nacional. No ano passado, essa fatia caiu para 32%.
"As redes varejistas estão
olhando o interior do Nordeste
com outros olhos", afirma
Ewerton Rios, diretor regional
Norte Nordeste da Aliansce,
empresa de shopping centers
com sede no Rio de Janeiro e
com shoppings em Feira de
Santana e Itabuna, na Bahia, e
em Campina Grande.
Para atender à demanda de
varejistas como Líder, Renner
e Centauro, a Aliansce vai investir neste ano na modernização e na ampliação dos três
shoppings e está construindo
ainda um outro, em Vitória da
Conquista (BA). Os três shoppings existem há dez anos e foram criados em torno de um hipermercado. "Estamos atualizando os equipamentos, com
praças de alimentação mais
elaboradas, banheiros mais bonitos e salas de cinema multiplex", diz Rios. "Com o aumento da renda, a população passa a
ter outras exigências."
Formalização
A expansão das grandes redes de varejo no Nordeste tem
contribuído para a formalização do setor. Estima-se que a
informalidade represente 50%
do mercado varejista.
Para poderem competir de
igual para igual em custos, os
grandes varejistas do Sudeste
apostam na difusão, no Nordeste, de sistemas de arrecadação como a Nota Fiscal Eletrônica e a substituição tributária
(recolhimento do tributo no
início da cadeia produtiva).
A adoção da substituição tributária não é obrigatória, mas
alguns Estados do Nordeste já
usam o sistema para certas atividades. É o caso de Ceará e
Pernambuco, justamente os
Estados por onde o Pão de Açúcar decidiu iniciar sua expansão. O setor estima que, com o
sistema, em dois ou três anos a
formalização deverá representar de 60% a 70% das vendas do
varejo.
(MARIANA BARBOSA)
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