São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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Aumenta o peso das cidades médias no consumo nacional

Localidades do Norte e do Nordeste ampliam participação, aponta estudo; Sul e grandes municípios do Sudeste perdem

No setor de shoppings, rede moderniza unidades no interior nordestino, com novas praças de alimentação e salas de cinema multiplex

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudo da consultoria de pesquisa de mercado Target Marketing, feito com base em dados do consumo das famílias medido pelo IBGE, mostra que as cidades médias do Nordeste são as que apresentam as maiores taxas de crescimento do potencial de consumo no Brasil, medido pelo IPC (Índice de Potencial de Consumo).
O IPC fornece a participação de cada um dos 5.564 municípios em relação ao total do consumo no país. Juazeiro do Norte (CE), com 249 mil habitantes, elevou sua participação relativa em 18,2% em 2009. Campina Grande (PB), com 383 mil e presença maior no consumo, cresceu 17,77%.
Os estudo mostra ainda que, enquanto as regiões Norte e Nordeste ganharam participação em relação ao consumo total do país em 2009, o Sul e boa parte dos municípios do Sudeste perderam. O IPC de São Paulo, por exemplo, caiu 4,73%.
Em 2000, as 27 capitais respondiam por 35,5% do total do consumo nacional. No ano passado, essa fatia caiu para 32%.
"As redes varejistas estão olhando o interior do Nordeste com outros olhos", afirma Ewerton Rios, diretor regional Norte Nordeste da Aliansce, empresa de shopping centers com sede no Rio de Janeiro e com shoppings em Feira de Santana e Itabuna, na Bahia, e em Campina Grande.
Para atender à demanda de varejistas como Líder, Renner e Centauro, a Aliansce vai investir neste ano na modernização e na ampliação dos três shoppings e está construindo ainda um outro, em Vitória da Conquista (BA). Os três shoppings existem há dez anos e foram criados em torno de um hipermercado. "Estamos atualizando os equipamentos, com praças de alimentação mais elaboradas, banheiros mais bonitos e salas de cinema multiplex", diz Rios. "Com o aumento da renda, a população passa a ter outras exigências."

Formalização
A expansão das grandes redes de varejo no Nordeste tem contribuído para a formalização do setor. Estima-se que a informalidade represente 50% do mercado varejista.
Para poderem competir de igual para igual em custos, os grandes varejistas do Sudeste apostam na difusão, no Nordeste, de sistemas de arrecadação como a Nota Fiscal Eletrônica e a substituição tributária (recolhimento do tributo no início da cadeia produtiva).
A adoção da substituição tributária não é obrigatória, mas alguns Estados do Nordeste já usam o sistema para certas atividades. É o caso de Ceará e Pernambuco, justamente os Estados por onde o Pão de Açúcar decidiu iniciar sua expansão. O setor estima que, com o sistema, em dois ou três anos a formalização deverá representar de 60% a 70% das vendas do varejo. (MARIANA BARBOSA)


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