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FUSÃO
Novo banco, que será o oitavo maior dos EUA, planeja aquisições na Ásia e na Europa
Fleet Boston quer crescer no exterior
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Os planos do novo banco norte-americano Fleet Boston Corp., que
nasceu há uma semana da união
do Fleet Financial com o BankBoston, são de crescer, e muito.
"O novo banco está posicionado
para fazer aquisições. Poderemos
adquirir instituições menores e
continuar nosso plano de consolidação", diz Henrique Meirelles,
que será o presidente mundial do
novo banco. Meirelles é brasileiro
e já preside o BankBoston.
O Fleet Boston quer se tornar um
banco com presença em todo o território dos Estados Unidos. Hoje, o
banco está em quatro Estados na
região da Nova Inglaterra, e, como
todos os outros bancos dos EUA, é
regional. A legislação do país restringe os bancos nacionais. Mas isso está mudando e o banco quer
aproveitar a oportunidade.
Os projetos de expansão vão
além dos EUA, alcançando a Ásia e
a Europa, onde a instituição quer
estender seu braço de investimento, o banco Robertson Stephens.
A junção dos dois bancos, que
criou uma instituição de US$ 180
bilhões de ativos, a oitava maior
dos Estados Unidos, gerou grande
polêmica nos meios financeiros e
na imprensa internacional.
Alguns jornais internacionais,
inclusive aqueles especializados
em economia, como o "Financial
Times", disseram que o Fleet estava adquirindo o BankBoston.
Os executivos dos dois bancos
têm se desdobrado para tentar
derrubar essa versão. "É uma fusão", diz Henrique Meirelles.
"Se fosse uma aquisição, o Boston não teria aceitado", afirma.
Dois fatores principais deram
margem à versão de aquisição. O
primeiro é que o Fleet, com US$
104,4 bilhões de ativos, é bem
maior que o Boston, que tem ativos de US$ 73,5 bilhões.
O outro é que a instabilidade dos
mercados emergentes jogou muitas dúvidas sobre o BankBoston
nos últimos meses, derrubando
suas ações na Bolsa. Analistas chegaram a afirmar que o banco era
um provável alvo de aquisição.
"O Fleet é maior, mas tomou a
decisão de fazer uma fusão de
iguais porque o Boston está crescendo mais e está presente em
mercados mais sofisticados", diz
Meirelles. Para ele, o modelo do
gerenciamento da nova instituição
é a prova definitiva de que houve
uma fusão e não uma aquisição.
Robert Higgins, atual presidente
do Fleet, será o responsável pelo
banco de varejo nos EUA, enquanto Meirelles vai assumir a área internacional e também as áreas de
atendimento a empresas, fundos
mútuos e a corretora nos EUA.
O presidente do conselho do
Fleet, Terrence Murray, presidirá
o conselho da nova instituição.
Em 2001, Murray será substituído
no cargo por Chad Gifford, atual
presidente do conselho do Boston.
A Security Exchange Comission,
xerife do mercado de ações nos
EUA, foi informada de que trata-se de uma fusão de iguais.
Na prática, haverá uma troca de
ações, em que os acionistas do
Boston receberão 1,1844 ação do
Fleet para cada uma do Boston.
O nome fantasia do novo banco
dentro do mercado norte-americano será anunciado mais tarde,
depois de uma pesquisa de mercado. No Brasil e no restante do
mundo continua a valer a marca
BankBoston. "O nome Fleet não é
conhecido fora dos EUA. Uma
eventual mudança será uma decisão pessoal minha e eu não pretendo mudar", diz Meirelles.
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