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PESQUISA
IBGE apura queda de 0,1% no emprego
Cai ritmo de demissão na indústria, diz IBGE
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
O aumento da produção industrial verificado nos últimos meses
está conseguindo conter a taxa de
demissão na indústria -fenômeno que marcou a década de 90-,
embora o indicador continue negativo.
A Pesquisa Industrial Mensal de
fevereiro, divulgada ontem pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra uma
redução de 0,1% do número de
empregados na indústria em relação a janeiro deste ano. Segundo o
IBGE, a queda comparada a igual
mês do ano anterior, de 0,8%, é a
menor desde agosto de 95.
Segundo o economista Sílvio
Salles, do Departamento de Indústria do instituto, as taxas de
ocupação de mão-de-obra são
""progressivamente menos negativas". O índice acumulado do primeiro bimestre (comparado ao
de igual período do ano passado)
mostra uma redução de 1,3% do
emprego industrial, enquanto o
acumulado de 12 meses aponta
uma queda de 6%. Salles diz que a
redução das demissões reflete a
melhoria na produção, que fechou o primeiro bimestre com taxa positiva (acumulada em 12 meses) de 1,4%. Em dezembro a taxa
anual acumulada era de -0,7%.
Ele diz que a recuperação do
emprego é menor do que a da
produção porque as indústrias,
no cenário de competição global
em que vivem, perseguem os ganhos de produtividade.
De janeiro para fevereiro, segundo o IBGE, metade dos 22 setores industriais pesquisados reduziu mão-de-obra. O corte mais
profundo ocorreu na indústria
química: 1,9%.
Rio de Janeiro (-1,8%) e Minas
Gerais (-1,6%) foram os Estados
que mais perderam postos de trabalho no ramo industrial e a região Sul foi a única com número
de contratações superior ao de
demissões. No Estado de São Paulo, o número de vagas caiu 0,4%.
Perda salarial
Se há uma melhora no indicador de emprego, o oposto acontece com a massa salarial, que vem
caindo desde o final de 98. Segundo o IBGE, enquanto o emprego
diminuiu 1,3% no bimestre, o total de salários pagos caiu 4,7%.
Segundo Salles, se persistir a
tendência de crescimento da produção e de recuperação do emprego industrial, os sindicatos ganharão maior poder de barganha
nas negociações salariais. Na avaliação do IBGE, os primeiros sinais de recuperação já aparecem
em São Paulo. O Estado registrou
taxas de redução de emprego e de
perda salarial no bimestre inferiores à média nacional.
A queda do emprego industrial
no Estado acumulada no bimestre foi de 1,2% -a média nacional
chegou a 1,3%. A massa salarial,
por sua vez, caiu 4,5%. A diferença é pequena se comparada à media nacional de 4,7%, mas substancial em comparação com as
perdas da massa salarial verificadas no Rio de Janeiro (9,8%) e em
Minas Gerais (6,7%). ""São Paulo
puxou a média nacional para baixo", diz o economista do IBGE.
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