São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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IBGE apura queda de 0,1% no emprego
Cai ritmo de demissão na indústria, diz IBGE

ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio O aumento da produção industrial verificado nos últimos meses está conseguindo conter a taxa de demissão na indústria -fenômeno que marcou a década de 90-, embora o indicador continue negativo.
A Pesquisa Industrial Mensal de fevereiro, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra uma redução de 0,1% do número de empregados na indústria em relação a janeiro deste ano. Segundo o IBGE, a queda comparada a igual mês do ano anterior, de 0,8%, é a menor desde agosto de 95.
Segundo o economista Sílvio Salles, do Departamento de Indústria do instituto, as taxas de ocupação de mão-de-obra são ""progressivamente menos negativas". O índice acumulado do primeiro bimestre (comparado ao de igual período do ano passado) mostra uma redução de 1,3% do emprego industrial, enquanto o acumulado de 12 meses aponta uma queda de 6%. Salles diz que a redução das demissões reflete a melhoria na produção, que fechou o primeiro bimestre com taxa positiva (acumulada em 12 meses) de 1,4%. Em dezembro a taxa anual acumulada era de -0,7%.
Ele diz que a recuperação do emprego é menor do que a da produção porque as indústrias, no cenário de competição global em que vivem, perseguem os ganhos de produtividade.
De janeiro para fevereiro, segundo o IBGE, metade dos 22 setores industriais pesquisados reduziu mão-de-obra. O corte mais profundo ocorreu na indústria química: 1,9%.
Rio de Janeiro (-1,8%) e Minas Gerais (-1,6%) foram os Estados que mais perderam postos de trabalho no ramo industrial e a região Sul foi a única com número de contratações superior ao de demissões. No Estado de São Paulo, o número de vagas caiu 0,4%.

Perda salarial
Se há uma melhora no indicador de emprego, o oposto acontece com a massa salarial, que vem caindo desde o final de 98. Segundo o IBGE, enquanto o emprego diminuiu 1,3% no bimestre, o total de salários pagos caiu 4,7%.
Segundo Salles, se persistir a tendência de crescimento da produção e de recuperação do emprego industrial, os sindicatos ganharão maior poder de barganha nas negociações salariais. Na avaliação do IBGE, os primeiros sinais de recuperação já aparecem em São Paulo. O Estado registrou taxas de redução de emprego e de perda salarial no bimestre inferiores à média nacional.
A queda do emprego industrial no Estado acumulada no bimestre foi de 1,2% -a média nacional chegou a 1,3%. A massa salarial, por sua vez, caiu 4,5%. A diferença é pequena se comparada à media nacional de 4,7%, mas substancial em comparação com as perdas da massa salarial verificadas no Rio de Janeiro (9,8%) e em Minas Gerais (6,7%). ""São Paulo puxou a média nacional para baixo", diz o economista do IBGE.


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