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Texto responde às acusações de documento da BCP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Leia trechos das respostas às
acusações do documento avalizado pelo Banco Central e entregue
à Câmara de Política Econômica:
Carga tributária
Acusação: a carga tributária
que recai sobre as contas dos consumidores é "recordista mundial,
superior a 40%".
Em resposta, os autores do novo texto ironizam: "Ora! Só os office-boys mais desatentos não sabem que as tarifas que recaem sobre as contas telefônicas, de
40,15%, são impostas pelo governo federal (PIS/Pasep) e pelos governos estaduais (ICMS), não pela
Anatel".
Controle de tarifas
Acusação: "O controle irracional e arbitrário de tarifas gera distorções com efeitos negativos".
Resposta: as operadoras vêm
cobrando tarifas abaixo dos valores fixados pela Anatel, que acaba
de entregar para as empresas do
Serviço Móvel Celular a tarefa de
fixar as tarifas, elas próprias. Como no futuro deverá ocorrer com
as operadoras de telefonia fixa.
O modelo
Acusação: "O modelo básico
criado para o setor à época da privatização foi esgotado".
Resposta: "O modelo não está
esgotado. Ele reestruturou e modernizou as telecomunicações
brasileiras, e seus princípios,
aplaudidos e copiados além fronteiras, seguem válidos para os de
boa-fé. Necessita apenas de ajustes conceituais". O que os acusadores pretendem, diz o novo texto, é "a quebra das regras do jogo".
Comparação com energia
Acusação: "O setor corre o risco
de entrar na lista de fracassos".
Resposta: "A crise não existe
nem se avizinha". E compara: as
telecomunicações estão inteiramente privatizadas, ao contrário
do setor de energia; o problema
do setor energético foi provocado
pela escassez de oferta e o das telecomunicações, pelo excesso de
oferta, "agravado por internacional e desfavorável conjuntura
econômico-financeira". "No momento em que o Brasil caminhava
à luz de velas por falta de planejamento, nada menos que 10 milhões de linhas telefônicas esperavam por compradores."
Sem evolução
Acusação: "A Anatel vive, ainda
hoje, da memória das inegáveis
realizações patrocinadas pelo ex-ministro Sérgio Motta, sem conseguir agregar contribuições de
valor ao modelo".
Resposta: "Sérgio Motta já tinha morrido quando a Anatel
concluiu as diretrizes para a privatização". Quando ele morreu,
diz ainda, a planta brasileira de telefonia fixa não chegava a 20 milhões de terminais e, hoje, aproxima-se de 50 milhões; os telefones
públicos saltaram de 500 mil para
perto de 1,5 milhão e os celulares
avançaram de cerca de 5 milhões
para perto de 30 milhões.
Impacto nas empresas
Acusação: A Anatel "não parece
preparada para analisar o setor de
forma abrangente" e "deve analisar prévia e adequadamente os
múltiplos impactos nas empresas
de suas decisões regulatórias".
Resposta: Isso é "uma recomendação "patriótica" para que se
quebrem as regras e se atendam,
antes e acima de tudo, os interesses de grupos, e não as necessidades e os direitos do cidadão".
Consumidor X operadoras
Acusação: "O regulador preferiu limitar seu escopo de atuação
a uma suposta defesa do consumidor, deixando em segundo plano seu papel fundamental de promotor do desenvolvimento econômico sustentável do setor".
Resposta: A defesa do consumidor não é "suposta", pois "os preços caíram e o telefone foi popularizado aos milhões". Além disso,
"as telecomunicações passaram a
ser tratadas, nos anos recentes,
como componente vital de infra-estrutura e, como tal, vêm promovendo o desenvolvimento econômico em índices nunca vistos".
"À parte as que se lançaram a
investimentos sem correto planejamento e sem visão de mercado,
a escassez de investimentos no setor se deve, principalmente, à crise que afeta as telecomunicações
em todo o mundo".
Metas de qualidade
Acusação: as metas são "de valor questionável para o cliente e
de alto custo para os operadores",
o que "inviabiliza o oferecimento
de níveis de serviços distintos para cada segmento do mercado".
Resposta: "Pleitear que não se
exija qualidade é algo que só pode
ser debitado à falta de visão empresarial, no mínimo, ou à má-fé
com os usuários". "Se a exigência
de qualidade inviabiliza as operações das empresas, é permitido
supor que tais empresas só consigam operar se delas não se exigir
qualquer respeito pelo consumidor. Não é a isso que se classifica
de maracutaia?"
Antecipação de metas
Acusação: a antecipação de metas de universalização foi imposta
pela Anatel e é antieconômica.
Resposta: "Foi decisão de cada
operadora, não imposição. Se, para alguma empresa, ela se mostrou antieconômica, a explicação
deve ser buscada na ânsia com
que se avançou sobre o pote
(atuar em todo o país), em alguns
casos sem adequado planejamento e considerações sobre o mercado, sem contar a falta de lastro financeiro". "Assim se comportou
uma delas" (o documento de acusação é da BCP).
(EC)
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