São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa de SP segue mercado americano e fecha em queda de 2,54%; risco-país sobe a 612 pontos

Bovespa cai depois de fala de Greenspan

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro andou calmo até o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Alan Greenspan, começar a dar seu depoimento no Senado, na tarde de ontem. Após isso, a Bovespa caiu rapidamente, na esteira das Bolsas americanas.
No fim do pregão, a Bovespa registrava perdas de 2,54%. Apenas uma das 54 ações do Ibovespa (índice dos papéis mais negociados) conseguiu fechar com alta. A ação PN da Tele Celular Sul, a única a subir, teve alta de 2%.
Operadores apontaram que o nervosismo teve início após Greenspan declarar que os bancos norte-americanos estão bem preparados para uma eventual elevação das taxas de juros. A fala sugeriu, na avaliação do mercado, que as autoridades monetárias do país não terão de se preocupar com a estabilidade do sistema bancário quando os juros começarem a subir. Em Nova York, o Dow Jones fechou com baixa de 1,18%, e a Nasdaq caiu 2,07%.
O risco-país brasileiro subiu 1,3%, para os 612 pontos. Os C-Bonds, papéis da dívida brasileira, fecharam com queda de 1,3%.
Já o Embi+, que segue o risco de 19 emergentes, subiu 1,2%.
Greenspan volta a falar no Senado norte-americano hoje. Como por aqui o mercado estará fechado por conta do feriado, os investidores preferiram se desfazer de suas posições, para não serem pegos de surpresa caso o presidente do Fed dê sinais sobre quando pode haver alta nos juros do país.
"A reação do mercado foi pontual e exagerada. O problema é que todos continuam apenas especulando sobre quando os juros nos EUA subirão", diz Charles Phillip, da corretora SLW.
As declarações de Greenspan neutralizaram o possível efeito positivo da manutenção, feita ontem pelo Morgan Stanley, de sua recomendação para aplicações na Bovespa.
Na BM&F, quem sofreu foram as taxas dos contratos DI (que consideram os juros interbancários) de prazo mais longo. O volume de contratos DI negociado quase dobrou de segunda para ontem, ficando em 615 mil.
No DI mais negociado, com prazo em janeiro, a taxa foi de 15,38% para 15,48%. No DI com resgate em um ano a taxa pulou de 15,47% para 15,67%.
A maior perda do pregão da Bovespa ficou com a ação ON da Eletrobrás, que despencou 8,6%.
(FABRICIO VIEIRA)


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