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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa de SP segue mercado americano e fecha em queda de 2,54%; risco-país sobe a 612 pontos
Bovespa cai depois de fala de Greenspan
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro andou
calmo até o presidente do Federal
Reserve (Fed, banco central dos
EUA), Alan Greenspan, começar
a dar seu depoimento no Senado,
na tarde de ontem. Após isso, a
Bovespa caiu rapidamente, na esteira das Bolsas americanas.
No fim do pregão, a Bovespa registrava perdas de 2,54%. Apenas
uma das 54 ações do Ibovespa (índice dos papéis mais negociados)
conseguiu fechar com alta. A ação
PN da Tele Celular Sul, a única a
subir, teve alta de 2%.
Operadores apontaram que o
nervosismo teve início após
Greenspan declarar que os bancos norte-americanos estão bem
preparados para uma eventual
elevação das taxas de juros. A fala
sugeriu, na avaliação do mercado,
que as autoridades monetárias do
país não terão de se preocupar
com a estabilidade do sistema
bancário quando os juros começarem a subir. Em Nova York, o
Dow Jones fechou com baixa de
1,18%, e a Nasdaq caiu 2,07%.
O risco-país brasileiro subiu
1,3%, para os 612 pontos. Os C-Bonds, papéis da dívida brasileira, fecharam com queda de 1,3%.
Já o Embi+, que segue o risco de
19 emergentes, subiu 1,2%.
Greenspan volta a falar no Senado norte-americano hoje. Como
por aqui o mercado estará fechado por conta do feriado, os investidores preferiram se desfazer de
suas posições, para não serem pegos de surpresa caso o presidente
do Fed dê sinais sobre quando pode haver alta nos juros do país.
"A reação do mercado foi pontual e exagerada. O problema é
que todos continuam apenas especulando sobre quando os juros
nos EUA subirão", diz Charles
Phillip, da corretora SLW.
As declarações de Greenspan
neutralizaram o possível efeito
positivo da manutenção, feita ontem pelo Morgan Stanley, de sua
recomendação para aplicações na
Bovespa.
Na BM&F, quem sofreu foram
as taxas dos contratos DI (que
consideram os juros interbancários) de prazo mais longo. O volume de contratos DI negociado
quase dobrou de segunda para
ontem, ficando em 615 mil.
No DI mais negociado, com
prazo em janeiro, a taxa foi de
15,38% para 15,48%. No DI com
resgate em um ano a taxa pulou
de 15,47% para 15,67%.
A maior perda do pregão da Bovespa ficou com a ação ON da Eletrobrás, que despencou 8,6%.
(FABRICIO VIEIRA)
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