São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

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LEQUE MAIOR

Diretor-gerente pretende elevar cotas das nações em desenvolvimento; China é a mais citada

Fundo quer ampliar poder de emergentes

Jonathan Ernst/Reuters
Manifestantes fazem protesto contra o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, durante entrevista, em Washington


DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, quer apresentar até setembro, na próxima reunião do Fundo, proposta formal para ampliar a participação dos países em desenvolvimento nas decisões da instituição.
"Minha proposta é ampliar (as cotas dos países) de acordo com o peso de cada um. Há claros exemplos de países que mudaram muito nos últimos 15 anos."
Questionado se haveria uma "lista" de países que poderiam ser beneficiados pela mudança, Rato desconversou. Em várias ocasiões, no entanto, o diretor-gerente do Fundo citou a China como um dos candidatos a ter uma maior participação.
A proposta de aumento do peso dos emergentes no Fundo é antiga e conta com o apoio do principal sócio do órgão, os EUA. Rato espera obter amanhã autorização formal dos principais membros da instituição para tocar o projeto de mudanças.
Rato também coordenará uma reunião extraordinária com vários países neste final de semana para tentar implementar uma comissão multilateral para discutir os atuais desequilíbrios globais -como déficit em conta corrente dos EUA, a política cambial chinesa e reformas consideradas necessárias na Europa.

Protestos
Ontem, um grupo de manifestantes conseguiu entrar no FMI e gritar frases de protesto contra o presidente do Bird, Paul Wolfowitz, durante entrevista.
Antes de serem retirados por seguranças, os manifestantes responsabilizaram o FMI e o banco por acobertar escândalos corporativos, por não combater a pobreza mundial e por "incentivar" a destruição ambiental.
Wolfowitz, um dos principais arquitetos da invasão do Iraque no governo George W. Bush, se manteve impassível durante a manifestação e nem sequer interrompeu o que estava dizendo.


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