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Presidente não
vai mais gerir
recuperação
DA FOLHA ONLINE NO RIO
O juiz Luiz Roberto Ayoub, da
1ª Vara Empresarial do Rio, atendeu pedido encabeçado pelo Aerus (fundo de pensão dos funcionários de companhias aéreas) para afastar o presidente da Varig,
Marcelo Bottini, do cargo de gestor interino do plano de recuperação da empresa.
O afastamento estava previsto
no plano de recuperação e já era
admitido pelo próprio Bottini,
que, no entanto, permanece como presidente da empresa e cuidará de seu dia-a-dia.
A saída de Bottini da gestão interina havia sido requerida em
nome das três classes de credores
no início do mês. Eles afirmavam
que o presidente da Varig tinha sido incapaz de levar adiante o plano de recuperação.
Segundo Ayoub, a decisão não
foi tomada em razão de má gestão, mas para agilizar o processo
de constituição dos FIPs (Fundos
de Investimento e Participações).
"Ele [Bottini] fica no dia-a-dia
da administração da empresa e a
empresa especializada na gestão
dos fundos, isso aconteceria
quando viesse o depósito das
ações, que seria um pouco mais
adiante, mas, se há consenso entre
credores e isso é saudável para antecipar a instituição dos fundos,
por que não?"
A gestão do plano passará a ser
comandada pela consultoria Alvarez & Marsal, e o banco Brascan vai constituir os FIPs.
O modelo prevê a criação de um
FIP-Controle, com aporte de todas as ações das empresas em recuperação judicial, Varig, Rio Sul
e Nordeste. Pela decisão, caberá à
Alvarez & Marsal apresentar ao
Brascan os nomes que integrarão
o conselho de administração e a
diretoria da empresa.
Em nota, a Varig afirmou que
neste momento "o conselho de
administração e a diretoria da Varig, inclusive o diretor-presidente
Marcelo William Bottini, continuam em seus cargos".
"Sem olhar para trás"
O juiz voltou a dizer ontem que
a Varig está distante do "abismo"
e que, apesar da crise, ainda é uma
empresa economicamente viável.
Um dia após a ministra da Casa
Civil, Dilma Rousseff, ter dito que
o governo já socorreu a Varig no
passado e que não deveria aportar
mais dinheiro na companhia,
Ayoub afirmou que, mesmo sem
discordar dela, não se deve procurar responsáveis para a crise da
Varig nem se voltar ao passado.
"Eu prefiro acreditar que, em
vez de ficar revolvendo o tempo, o
que aconteceu, quem fez, quem
não fez, quem deveria fazer e não
fez, vamos tratar de nos empenhar ao máximo em buscar uma
solução. Acho que ela existe porque, do contrário, eu já teria decretado a falência."
O juiz disse que, mesmo tendo a
possibilidade de cassar a liminar
sobre o arresto de bens da companhia, que agora cabe à 8ª Vara
Empresarial do Rio, ele prefere esperar para tomar uma decisão.
Na semana passada, a 14ª Vara
de Justiça do Trabalho concedeu
liminar a trabalhadores da Varig
determinando o arresto (apreensão) dos bens da empresa.
O Tribunal de Justiça reconheceu o conflito de competências e
determinou que a decisão fique a
cargo da vara que analisa o plano
de recuperação da Varig.
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