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PECUÁRIA
Doença foi identificada em fazenda do município de Japorã; os 137 animais da propriedade afetada serão sacrificados
Governo confirma novo foco de aftosa em MS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ainda sob os efeitos provocados pela febre aftosa no ano passado, o Ministério da Agricultura
confirmou ontem um novo foco
da doença em Japorã (MS).
O Departamento de Saúde Animal do ministério informou que a
última campanha de vacinação
em Mato Grosso do Sul aconteceu
em maio de 2005 e que serão sacrificados todos os 137 bovinos da
propriedade atingida.
O sacrifício de todos os animais
do foco, mesmo aqueles que não
apresentam sintomas da doença,
torna mais rápida a recuperação
do status sanitário do Estado. Se a
medida for adotada, o processo
pode demorar seis meses.
No ano passado, a febre aftosa
foi detectada em Mato Grosso do
Sul e no Paraná. Desde o anúncio
do primeiro foco, em outubro, 56
países declararam algum tipo embargo à carne brasileira. Alguns
compradores relaxaram as restrições, mas nenhum retirou completamente o embargo.
Principal comprador individual
de carne bovina e suína do Brasil,
a Rússia foi um dos países que relaxaram o embargo. No início do
mês, uma comitiva chefiada pelo
primeiro-ministro russo, Mikhail
Fradkov, esteve no Brasil e um
dos temas negociados foi o fim do
embargo às carnes brasileiras, inclusive a de Mato Grosso do Sul.
A febre aftosa reaparece no Estado sem que os estágios para a
retomada do status de "livre de febre aftosa com vacinação" tenham acabado. Atualmente, estão
em execução as fases de introdução de animais "sentinelas" e de
"investigação sorológica" para
avaliação de circulação viral nas
propriedades atingidas.
De acordo com o Ministério da
Agricultura, a área geográfica afetada pela doença permanece inalterada e sob interdição.
Até agora, foram sacrificados
33.741 animais suscetíveis à febre
aftosa em Mato Grosso do Sul. Japorã foi o município mais afetado
e teve 27.170 animais mortos.
Há na cidade ainda um rebanho
de aproximadamente 20.500 bovinos em 164 propriedades, que
estão sob vigilância do serviço veterinário oficial.
O Ministério da Agricultura informou que o novo caso foi identificado durante as atividades de
vigilância de rotina executadas
pelo serviço veterinário oficial.
Maior exportador de carne bovina, o Brasil registrou em 2005 o
recorde de US$ 3,25 bilhões com a
venda do produto, mesmo com a
febre aftosa.
Nenhum dirigente da Abiec
(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e da
Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) foi
encontrado ontem pela Folha para comentar o novo foco.
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