São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

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PECUÁRIA

Doença foi identificada em fazenda do município de Japorã; os 137 animais da propriedade afetada serão sacrificados

Governo confirma novo foco de aftosa em MS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ainda sob os efeitos provocados pela febre aftosa no ano passado, o Ministério da Agricultura confirmou ontem um novo foco da doença em Japorã (MS).
O Departamento de Saúde Animal do ministério informou que a última campanha de vacinação em Mato Grosso do Sul aconteceu em maio de 2005 e que serão sacrificados todos os 137 bovinos da propriedade atingida.
O sacrifício de todos os animais do foco, mesmo aqueles que não apresentam sintomas da doença, torna mais rápida a recuperação do status sanitário do Estado. Se a medida for adotada, o processo pode demorar seis meses.
No ano passado, a febre aftosa foi detectada em Mato Grosso do Sul e no Paraná. Desde o anúncio do primeiro foco, em outubro, 56 países declararam algum tipo embargo à carne brasileira. Alguns compradores relaxaram as restrições, mas nenhum retirou completamente o embargo.
Principal comprador individual de carne bovina e suína do Brasil, a Rússia foi um dos países que relaxaram o embargo. No início do mês, uma comitiva chefiada pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov, esteve no Brasil e um dos temas negociados foi o fim do embargo às carnes brasileiras, inclusive a de Mato Grosso do Sul.
A febre aftosa reaparece no Estado sem que os estágios para a retomada do status de "livre de febre aftosa com vacinação" tenham acabado. Atualmente, estão em execução as fases de introdução de animais "sentinelas" e de "investigação sorológica" para avaliação de circulação viral nas propriedades atingidas.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a área geográfica afetada pela doença permanece inalterada e sob interdição.
Até agora, foram sacrificados 33.741 animais suscetíveis à febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Japorã foi o município mais afetado e teve 27.170 animais mortos.
Há na cidade ainda um rebanho de aproximadamente 20.500 bovinos em 164 propriedades, que estão sob vigilância do serviço veterinário oficial.
O Ministério da Agricultura informou que o novo caso foi identificado durante as atividades de vigilância de rotina executadas pelo serviço veterinário oficial.
Maior exportador de carne bovina, o Brasil registrou em 2005 o recorde de US$ 3,25 bilhões com a venda do produto, mesmo com a febre aftosa.
Nenhum dirigente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) foi encontrado ontem pela Folha para comentar o novo foco.


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