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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Edital de Belo Monte provoca dúvidas no mercado livre
O entendimento do edital do
leilão de Belo Monte gerou
controvérsia entre grandes
consumidores de energia.
O temor era de um risco de
abastecimento, no longo prazo,
dos consumidores livres
-grandes indústrias que consomem mais de 3 MW.
"Se o modelo desse edital servir como exemplo para futuros
leilões de usinas, o abastecimento dos consumidores livres
pode ser ameaçado", diz Marcelo Parodi, sócio da comercializadora de energia Compass.
Os consumidores e comercializadores do mercado livre
ficaram mais satisfeitos com o
modelo usado nos projetos do
rio Madeira e reclamaram do
modelo de Belo Monte.
"Em Jirau e Santo Antônio,
os consórcios puderam optar
por canalizar 30% ao mercado
livre e 70% ao regulado [mercado cativo, formado por quem
consome menos de 0,5 MW]."
Em Belo Monte, as regras indicavam que, se o consórcio
vencedor tivesse pelo menos
um autoprodutor, que ficaria
com 10% da energia gerada, poderia negociar até 20% da energia com o mercado livre. Autoprodutora é a empresa que gera
parte da energia que consome.
Mas, na ausência de um autoprodutor no consórcio, como é
o caso do vencedor do leilão de
ontem, 90% da energia ficaria
destinada ao mercado cativo e
só 10% poderia ser negociado
no mercado livre.
"A cada nova usina o governo
coloca uma regra. O ideal seria
que se respeitasse a atual proporção do consumo de energia
no país, em que 25% representa
mercado livre e 75%, regulado."
O governo esclareceu que a
regra do leilão de Belo Monte
determina que o vencedor deverá trazer forçosamente um
autoprodutor para o consórcio,
já que anunciou logo após o resultado, que optaria por destinar 70% ao mercado cativo.
Desse modo, o autoprodutor
posteriormente entrará como
sócio estratégico, assim como
entrarão Eletronorte e outras.
CAMINHO DAS ÍNDIAS
O mercado indiano é
o atual foco da Perto. A
empresa gaúcha, que
fabrica equipamentos,
como caixas eletrônicos, para bancos e comércio, vendeu para o
State Bank of India
525 terminais de saque
e 300 terminais de saque e depósito, customizados para o mercado indiano. "O país
tem potencial para
mais de 500 mil terminais bancários, mas
existem apenas cerca
de 45 mil", diz Thomas
Elbling, presidente da
Perto. O executivo vê
similaridades no cenário financeiro do Brasil
e da Índia. "A concentração bancária na Índia é a mesma da brasileira, com poucos
bancos de varejo que
têm muitas agências",
afirma. As empresas
brasileiras estão criando soluções que podem
ser massificadas, por
serem práticas e de
baixo custo, segundo
Elbling. "As soluções
que são usadas no Brasil são viáveis na Índia,
como as folhas de cheques, que são soluções
baratas para os bancos", diz ele. Para este
ano, a Perto prevê faturamento de R$ 340
milhões, com crescimento de 26% sobre o
ano passado.
JOIAS DA NOBREZA
A H.Stern investe mais uma vez em linhas de gente que faz moda, mas que não é do mercado joalheiro. "Queríamos inventar algo novo, mas que tivesse a ver conosco", diz Christian Hallot, porta-voz da companhia. "O sonho de toda joalheria é agregar valor às peças, com design, para que se tornem clássicos", explica. Ao convidar a estilista Diane von Furstenberg para assinar mais uma coleção de jóias, a H. Stern segue nessa linha. A coleção inclui bracelete, berloques, brincos e anéis, desenhados e desenvolvidas pela equipe da joalheria, que buscou inspiração na Índia. A escolha dos desenhos a serem executados coube à estilista. Os mantras de Furstenberg estão gravados nas joias, com letras baseadas na caligrafia da própria estilista. Os berloques exibem palavras como Love (Amor) e Confidence (Confiança). "Essa nova coleção reflete poder, das palavras e do ouro", de acordo com Furstenberg. Com mais ouro do que diamantes nas criações, o preço das peças da recente coleção está em média menor do que o de outras linhas de Furstenberg: vai de R$ 8.700 a R$ 55 mil. A peça mais cara dela à venda é de uma coleção mais antiga: uma pulseira de R$ 682 mil. Hallot não comenta valores nem os termos da parceria que já dura cinco anos com a estilista, mas festeja a alta do consumo interno. A H. Stern sentiu a crise financeira no exterior ao registrar 30% de queda em 2009 e nota agora "que o brasileiro está com uma certa euforia", segundo Hallot. "Fora do Brasil, está começando a melhorar, mas, não com a velocidade que se esperava."
CONSELHO DE NORA
O livro "Warren Buffett e
a Análise de Balanços" (editora Sextante, com 160 páginas), dos autores Mary Buffett e David Clark, apresenta
dicas e estratégias de como
identificar empresas com
vantagem competitiva de
longo prazo por meio de demonstrações financeiras e
balanços patrimoniais. A autora Mary Buffett foi por 12
anos casada com Peter, filho
do megainvestidor norte-americano.
ESTRELAS
A "Condé Nast Traveller",
publicação que aborda o turismo de luxo, acaba de
apresentar a lista com os hotéis eleitos, no mundo, como
sensação para 2010. O Brasil
aparece com três dos 15 selecionados da América do Sul
e da América Central: o Tivoli-Mofarrej, em SP; o Hotel das Cataratas, em Foz do
Iguaçu; e o Uxua Casa Hotel,
em Trancoso. Além dos brasileiros, só o Peru teve o
mesmo número de eleitos.
COURO
No primeiro trimestre, a
Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) registrou alta de 27,2%, ante o mesmo
período de 2009. As vendas
no setor ficaram em US$
236,4 milhões. Em março, o
Brasil exportou o equivalente a US$ 89,2 milhões, o que
representa crescimento de
22,1% nas vendas, na comparação com o mesmo mês
do ano passado.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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