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Meirelles defende aumento dos juros para conter a inflação
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A uma semana da reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária), o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu alta de juros
para conter inflação e negou
que um eventual aumento na
taxa Selic signifique uma reversão da trajetória de queda nos
juros dos últimos anos.
"Muitas vezes é importante
que se suba a taxa de juros para
manter a inflação na meta. E,
em consequência, isso garante
a trajetória de longo prazo de
estabilização da economia brasileira", afirmou em audiência
no Senado.
Para Meirelles, o movimento
de alta nos juros faz parte de
um "processo normal de ciclos
de aperto monetário" que não
altera a tendência de queda no
longo prazo. A Selic está em
8,75% ao ano, mas o mercado
aposta que seja reajustada para
até 9,50% na próxima reunião.
Meirelles também afirmou
que o rigor na política monetária, com juros maiores para
conter pressões inflacionárias,
não deve retardar a recuperação dos investimentos no país.
Para ele, o efeito seria exatamente o contrário.
"Isso beneficia a formação
bruta de capital fixo. No momento em que a previsibilidade
econômica aumenta, nós temos um alongamento dos horizontes de planejamento das
empresas. Em consequência, a
taxa de retorno demandada para o investimento cai e um número maior de projetos se tornam viáveis", disse. Por isso,
ressaltou, o BC não deve ajustar
a política monetária com vistas
apenas no curto prazo.
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