São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 2002

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FUNDO DE PENSÃO

Presidência não se pronuncia a respeito

BB descumpre liminar sobre eleição na Previ e aumenta crise no fundo

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A crise interna no maior fundo de pensão do país, a Previ (Caixa de Previdência do Banco do Brasil), explodiu ontem com o descumprimento da liminar judicial que obrigava o presidente da instituição, Luiz Tarquínio Ferro, a dar início ao processo eleitoral para substituição de um diretor executivo, de dois membros do Conselho Deliberativo e dos três membros do Conselho Fiscal indicados pelos empregados.
Uma liminar da 26ª Vara Cível do Rio determinava o início da eleição para as 9h de ontem. Até o final do dia, porém, a ordem não havia sido cumprida e as duas chapas concorrentes ameaçavam pedir a prisão de Tarquínio.
A crise na Previ -um gigante com patrimônio de R$ 37,8 bilhões e 120 mil associados- vem se agravando desde o início do ano. A origem da polêmica está na mudança do estatuto do fundo, determinada pela lei da reforma previdenciária, que altera a correlação de forças entre o BB (Banco do Brasil) e os empregados no comando da Previ.
Atualmente, segundo o diretor Sérgio Rosa, as decisões na Previ só são tomadas por consenso entre os representantes dos empregados e os indicados pelo governo, porque o BB não tem maioria de votos na fundação. A diretoria executiva é formada por três representantes. O presidente, indicado pelo BB, não tem poder de desempate. O novo estatuto tiraria dos funcionários a maioria nos conselhos e dá voto de minerva ao banco, que reassumiria o controle sobre a entidade.
A fundação tem até 31 de maio para adequar seu estatuto à nova lei. As lideranças dos empregados querem fazer a eleição sob a vigência do atual estatuto, negociado com o banco em 1997, que deu início à gestão compartilhada.
Sérgio Rosa, um dos três membros da atual diretoria eleitos pelos empregados, disse que se reuniu com Tarquínio às 11h30. ""Ele alegou que não abriu o processo eleitoral no horário determinado pela Justiça porque só teria tomado conhecimento da liminar na noite de sexta-feira", afirmou.
Até o fechamento desta edição, nenhuma informação oficial sobre a crise foi dada pela presidência da Previ.



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