São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 2002

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RIQUEZA AMERICANA

"Leading indicators" registra queda de 0,4% em abril, é a primeira queda desde setembro de 2001

Indicador sugere retomada frágil dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda em um dos principais indicadores da economia dos EUA sugere que, apesar da forte recuperação econômica do país no início do ano, talvez ela não tenha sido tão sólida quanto se imaginava.
O Conference Board de Nova York, um instituto privado de pesquisa econômica, divulgou ontem seu índice "leading indicators", que reúne os principais indicadores da economia do país. O índice registrou queda de 0,4% em abril, para 111,7 pontos. Essa é a primeira queda desde setembro de 2001. O resultado surpreendeu o mercado, que esperava um declínio de apenas 0,1% depois da alta de 0,1% registrada em março.
A queda indica, segundo especialistas, que a recuperação da economia do país continua fraca. Segundo eles, porém, a retração não indica uma mudança de tendência para a economia e afastaram essa possibilidade. O que pode ser deduzido do índice, porém, é que existe ainda muita fragilidade na economia e que isso, na opinião deles, deve retardar o ritmo da retomada.
"Não acredito que exista muito perigo de entrarmos novamente em recessão, mas acho que o ritmo da retomada será menor", disse Mark Vitner, do Wachovia.
Os economistas afirmam que quedas no índice são comuns em períodos de recuperação, caracterizando uma retração temporária.
Dos dez indicadores que fazem parte do índice completo, cinco registraram queda em abril -oferta real de dinheiro, preços de ações, expectativas dos consumidores, pedidos de seguro desemprego e spread (diferença) das taxas de juros.
Para o futuro, a contínua fragilidade do mercado de trabalho norte-americano é preocupante por causa de seu impacto na confiança dos consumidores. O gasto dos consumidores, segundo analistas, foi a principal força da recuperação da economia até o momento. Mas, mesmo com os problemas no mercado de trabalho, os consumidores parecem estar aguentando relativamente bem.
Segundo Ken Goldstein, da equipe de economistas do Conference Board, existe a ameaça de que as demissões e o crescimento mais lento nos rendimentos dos trabalhadores façam cair os níveis de consumo do país.
"O sinal que temos do leading indicators é que a retomada está se dando muito devagar", disse Goldstein. "Apesar do forte crescimento do PIB [Produto Interno Bruto" no primeiro trimestre, a recuperação no setor industrial permanece fraca."
Além disso, os investimentos em negócios e as exportações permanecem muito frágeis, dando à economia pouca proteção para o caso de uma queda no consumo, disse Goldstein.


Com agências internacionais

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