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TELES
Acordo poderá incluir veto a valor de aluguel de satélites da operadora da Embratel
Governo quer ditar preço na Star One
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Eunício Oliveira
(Comunicações) disse que existe a
possibilidade de o governo ter
controle sobre os preços de aluguel de satélites praticados pela
Star One, operadora da Embratel.
Oliveira afirmou que esse poderá ser um dos pontos a entrar no
acordo de acionistas que definirá
os moldes da "golden share"
(ação especial com direito a voto e
veto em determinados assuntos)
que o governo brasileiro terá na
empresa. O governo quer ter o
controle sobre as atividades da
Star One porque considera os satélites estratégicos, já que eles
transmitem, além de sinais de televisão (banda C), informações
militares (banda X).
O ministro explicou que esse
poder do governo brasileiro não
seria exercido sobre decisões de
dia-a-dia da empresa, mas só em
caso de "valores absurdos". Ou
seja, de a Star One elevar muito e
de forma abrupta o valor cobrado
pelo aluguel dos satélites.
Ele confirmou que a proposta
do governo brasileiro deverá estar
concluída até terça-feira. Hoje, segundo ele, haverá uma reunião
técnica para tratar do assunto.
Outros investimentos
Na quarta-feira o dono da Telmex, Carlos Slim, esteve com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Oliveira, em reunião no
Palácio do Planalto. A Telmex
comprou, em abril, a Embratel de
sua controladora norte-americana, MCI, por US$ 400 milhões.
Oliveira disse que Slim demonstrou interesse em investir em outras áreas no Brasil, como estradas. Questionado se o empresário
havia mencionado interesse em
adquirir a operadora de TV por
assinatura Net, Oliveira disse que
ele mencionou que "era importante a questão de a TV a cabo ser
ampliada no Brasil".
A compra da Embratel pela Telmex já foi autorizada nos Estados
Unidos, mas, no Brasil, a operação ainda precisa ser aprovada
pela Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) e pelo Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Em São Paulo, Slim disse ontem
que não planeja fazer grandes alterações na diretoria da Embratel,
após a aprovação do negócio.
Durante encontro com empresários, o executivo mexicano disse que ainda não visitou a sede da
Embratel no Rio, mas que está em
contato constante com os diretores da empresa no Brasil. "Não faremos muitas mudanças", disse.
Colaborou a Folha Online
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