São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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China volta a autorizar ofertas públicas

DA BLOOMBERG

A China encerrou a proibição aos IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês), que já durava um ano, pondo à prova a alta que tornou a Bolsa de Xangai o mercado de capitais de melhor desempenho do mundo no último período de 30 dias.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, que informou que aceitaria solicitações de IPOs a partir de anteontem, suspendeu as vendas de novas ações em 2005 para deter a significativa queda sofrida pelo mercado chinês nos quatro anos anteriores e para permitir que mais de US$ 200 bilhões em papéis, a maioria deles de empresas estatais, pudessem ser convertidos em ações negociáveis.
Segundo as novas regras lançadas anteontem, as empresas não-financeiras estão proibidas de utilizar o dinheiro levantado em vendas de ações para investir em valores mobiliários ou para comprar participações em empresas que têm como atividade principal transações com valores mobiliários.
As empresas que solicitarem autorização para vender ações precisam estar há pelo menos três anos em operação. O Conselho de Estado, que é a secretaria de governo da China, pode autorizar exceções.

Inibição
A expansão da Bolsa de Xangai foi inibida pelas regulamentações, que levaram as empresas da China, a economia que mais cresce no mundo, a captarem recursos em Hong Kong e Nova York. O Industrial & Commercial Bank of China e a Air China pretendem vender ações pela primeira vez em Xangai, aproveitando o valor da poupança nacional de US$ 1,9 trilhão amealhada pelas pessoas físicas.
O Índice Composto da Bolsa de Xangai subiu 17,3% no último período de um mês e avançou 54% desde julho do ano passado, quando alcançou sua maior baixa do período anterior de oito anos.

Boom do mercado
Zhou Qinye, vice-presidente executivo da Bolsa de Xangai, previu em janeiro passado que a retomada das vendas de ações nacionais deverá valorizar as bolsas de Xangai e Shenzhen a ponto de tornar seus índices os terceiros mais altos da Ásia até o final do ano que vem. Para conseguir esse resultado, o mercado chinês precisará ultrapassar a Austrália, incorporando quase US$ 300 bilhões em capitalização de mercado.
A China, cuja população de 1,3 bilhão de pessoas movimenta uma economia de US$ 2,2 trilhões -a quarta maior do mundo-, tem um mercado de capitais equivalente a menos da metade do de Hong Kong, o território autônomo chinês de 7 milhões de habitantes. O PIB (Produto Interno Bruto) de Hong Kong foi de US$ 177 bilhões no ano passado e sua bolsa cresceu e movimentou US$ 1,4 trilhão, em grande medida devido às vendas de ações por parte de algumas das maiores estatais chinesas.
O mercado da China é dominado por empresas industriais pequenas e estatais, disse Zhou. O valor das 97 empresas da China continental registradas na Bolsa de Hong Kong é de US$ 475 bilhões.


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