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China volta a autorizar ofertas públicas
DA BLOOMBERG
A China encerrou a proibição
aos IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês), que já
durava um ano, pondo à prova a
alta que tornou a Bolsa de Xangai o mercado de capitais de
melhor desempenho do mundo
no último período de 30 dias.
A Comissão Reguladora de
Valores Mobiliários da China,
que informou que aceitaria solicitações de IPOs a partir de
anteontem, suspendeu as vendas de novas ações em 2005 para deter a significativa queda
sofrida pelo mercado chinês
nos quatro anos anteriores e
para permitir que mais de US$
200 bilhões em papéis, a maioria deles de empresas estatais,
pudessem ser convertidos em
ações negociáveis.
Segundo as novas regras lançadas anteontem, as empresas
não-financeiras estão proibidas de utilizar o dinheiro levantado em vendas de ações para
investir em valores mobiliários
ou para comprar participações
em empresas que têm como
atividade principal transações
com valores mobiliários.
As empresas que solicitarem
autorização para vender ações
precisam estar há pelo menos
três anos em operação. O Conselho de Estado, que é a secretaria de governo da China, pode
autorizar exceções.
Inibição
A expansão da Bolsa de Xangai foi inibida pelas regulamentações, que levaram as empresas da China, a economia que
mais cresce no mundo, a captarem recursos em Hong Kong e
Nova York. O Industrial &
Commercial Bank of China e a
Air China pretendem vender
ações pela primeira vez em
Xangai, aproveitando o valor da
poupança nacional de US$ 1,9
trilhão amealhada pelas pessoas físicas.
O Índice Composto da Bolsa
de Xangai subiu 17,3% no último período de um mês e avançou 54% desde julho do ano
passado, quando alcançou sua
maior baixa do período anterior de oito anos.
Boom do mercado
Zhou Qinye, vice-presidente
executivo da Bolsa de Xangai,
previu em janeiro passado que
a retomada das vendas de ações
nacionais deverá valorizar as
bolsas de Xangai e Shenzhen a
ponto de tornar seus índices os
terceiros mais altos da Ásia até
o final do ano que vem. Para
conseguir esse resultado, o
mercado chinês precisará ultrapassar a Austrália, incorporando quase US$ 300 bilhões
em capitalização de mercado.
A China, cuja população de
1,3 bilhão de pessoas movimenta uma economia de US$ 2,2
trilhões -a quarta maior do
mundo-, tem um mercado de
capitais equivalente a menos da
metade do de Hong Kong, o território autônomo chinês de 7
milhões de habitantes. O PIB
(Produto Interno Bruto) de
Hong Kong foi de US$ 177 bilhões no ano passado e sua bolsa cresceu e movimentou US$
1,4 trilhão, em grande medida
devido às vendas de ações por
parte de algumas das maiores
estatais chinesas.
O mercado da China é dominado por empresas industriais
pequenas e estatais, disse
Zhou. O valor das 97 empresas
da China continental registradas na Bolsa de Hong Kong é de
US$ 475 bilhões.
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