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Receita sobe e Previdência prevê déficit menor no ano
Arrecadação até abril aumentou 10,5% sobre 2007
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As contas da Previdência Social fecharam abril com déficit
de R$ 2,787 bilhões, resultado
8,1% menor que o de abril do
ano passado e 5,1% acima do resultado de março.
No acumulado do ano até
abril, a arrecadação das contribuições previdenciárias bateu
recorde histórico, fechando em
R$ 48,308 bilhões, com alta de
10,5% em relação a igual período do ano anterior.
Descontados os pagamentos
de benefícios no montante de
R$ 60,971 bilhões, a contabilidade da Previdência encerrou
os quatro primeiros meses do
ano com déficit de R$ 12,663 bilhões, 15,3% menor que o de janeiro a abril de 2007.
Os dados foram divulgados
ontem pelo Ministério da Previdência e evidenciam que o balanço do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem sido
favorecido neste ano pelo
maior ritmo de crescimento da
economia. O nível de atividade
aquecido e os investimentos
em ampliação da capacidade de
produção levam à maior contratação de trabalhadores com
carteira assinada que, por sua
vez, passam a contribuir para a
Previdência Social, ampliando
a receita para o pagamento de
aposentadorias e pensões.
O secretário de Políticas Previdenciárias, Helmut Schwarzer, disse que a arrecadação
tem surpreendido favoravelmente, enquanto as despesas
têm ficado ligeiramente abaixo
do esperado. De acordo com
ele, o déficit de abril foi R$ 450
milhões inferior ao previsto.
O maior recolhimento das
contribuições por parte de trabalhadores e empregadores levou o Ministério da Previdência a rever para baixo o déficit
projetado para 2008 -a projeção passou de R$ 43 bilhões para R$ 42 bilhões.
Esse cálculo considera arrecadação de R$ 159 bilhões e
gastos de R$ 201 bilhões com o
pagamento de pensões e aposentadorias. Considera, também, o impacto de R$ 8,736 bilhões no reajuste dos benefícios previdenciários.
Ao reestimar o saldo negativo, Schwarzer disse estar sendo
cuidadoso porque o Tesouro
está menos conservador e projeta déficit de R$ 40 bilhões,
com base em receita total acima de R$ 160 bilhões. "Em
2008, caminhamos a passos
largos para a redução do déficit
da Previdência." Em 2007, o
déficit foi de R$ 46 bilhões.
No Ministério da Previdência, o otimismo com os efeitos
dessa conjuntura favorável só
não é maior porque essa situação pode não se manter diante
da decisão do Banco Central de
elevar os juros.
Schwarzer diz que ainda não
é possível traçar o efeito do
aperto monetário nas contas da
Previdência porque o Banco
Central não delimitou quanto
vai ser necessário elevar a taxa
Selic para conter a inflação e
quanto tempo vai levar para os
efeitos repercutirem sobre o
mercado de trabalho.
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