São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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IGP-M quadruplica na 2ª prévia do mês

Taxa de 1,54% é a maior desde fevereiro/2003, diz a Fundação Getulio Vargas; alta em abril foi de 0,37%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O IGP-M (Índice Geral de Preço do Mercado) quadruplicou na segunda prévia deste mês: subiu 1,54%, contra 0,37% no mesmo período de abril, segundo a Fundação Getulio Vargas. É a maior marca desde fevereiro de 2003 (1,73%). Em dezembro de 2007, o índice havia igualado a alta de 1,54%.
Mais uma vez, a pressão veio dos reajustes no atacado. O IPA (Índice de Preços por Atacado) avançou 2,02% -a maior taxa desde os 2,08% de dezembro do ano passado.
O índice que mede as variações de preço no mercado atacadista subiu na esteira de aumentos tanto de produtos industriais como de agrícolas -que voltam a subir, após terem retrocedido em abril.
Segundo a FGV, o IPA industrial saltou de 0,98% na parcial de abril para 1,95% na deste mês. Já os produtos agrícolas passaram de deflação de 1,72% na prévia de abril para alta de 2,21% na deste mês.
De acordo com Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, o IGP-M alcançou seu "pico" neste mês. O índice, diz Quadros, deve fechar o mês com aumento de cerca de 2%.
Quadros identificou "aumentos pontuais" na segunda prévia do mês que não devem se repetir. "Estamos num momento de pico, mas isso não é uma tendência."
Entre as pressões "pontuais", o economista citou o diesel -cujo preço na refinaria subiu 15% no começo deste mês. No IPA, o produto aumentou 5,02% na segunda prévia do mês. Foi um dos que mais contribuíram para o avanço da inflação no atacado, ao lado dos aumentos do arroz (33,96%) e do minério de ferro (11,25%).
No sentido inverso ao atacado, os preços no varejo se desaceleram. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,47% na segunda prévia deste mês, abaixo do 0,63% do mesmo período de abril.
A inflação ao consumidor perdeu fôlego especialmente por causa do grupo habitação, cuja variação cedeu de 0,39% para 0,01%. O resultado reflete a queda de 2,11% na tarifa de energia. O grupo alimentação também se desacelerou -de 1,31% na parcial de abril para 1,04% na deste mês.

Contágio
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a alta da inflação no Brasil é reflexo da pressão de preços em escala mundial, especialmente das commodities alimentícias e metálicas. A escalada dos preços, diz o Iedi, já contamina a confiança do consumidor, que já dá sinais de arrefecimento.

Alta em São Paulo
A inflação na cidade de São Paulo registrou alta de 0,89% na segunda quadrissemana deste mês -período de 30 dias até dia 15-, o maior índice desde a terceira quadrissemana de dezembro do ano passado, quando a alta foi de 0,90%.
Os dados foram divulgados ontem pela Fipe. O item alimentação teve a maior alta no período, com 1,77%. Os gastos com vestuário vieram a seguir, com alta de 1,22%.
As despesas com saúde subiram 1,23%; as com habitação, 0,65%; e as com transportes, 0,24%. Educação ficou estável.


Colaborou a Folha Online


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