|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IGP-M quadruplica na 2ª prévia do mês
Taxa de 1,54% é a maior desde fevereiro/2003, diz a Fundação Getulio Vargas; alta em abril foi de 0,37%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O IGP-M (Índice Geral de
Preço do Mercado) quadruplicou na segunda prévia deste
mês: subiu 1,54%, contra 0,37%
no mesmo período de abril, segundo a Fundação Getulio Vargas. É a maior marca desde fevereiro de 2003 (1,73%). Em
dezembro de 2007, o índice havia igualado a alta de 1,54%.
Mais uma vez, a pressão veio
dos reajustes no atacado. O IPA
(Índice de Preços por Atacado)
avançou 2,02% -a maior taxa
desde os 2,08% de dezembro do
ano passado.
O índice que mede as variações de preço no mercado atacadista subiu na esteira de aumentos tanto de produtos industriais como de agrícolas
-que voltam a subir, após terem retrocedido em abril.
Segundo a FGV, o IPA industrial saltou de 0,98% na parcial
de abril para 1,95% na deste
mês. Já os produtos agrícolas
passaram de deflação de 1,72%
na prévia de abril para alta de
2,21% na deste mês.
De acordo com Salomão
Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, o
IGP-M alcançou seu "pico"
neste mês. O índice, diz Quadros, deve fechar o mês com aumento de cerca de 2%.
Quadros identificou "aumentos pontuais" na segunda
prévia do mês que não devem
se repetir. "Estamos num momento de pico, mas isso não é
uma tendência."
Entre as pressões "pontuais",
o economista citou o diesel
-cujo preço na refinaria subiu
15% no começo deste mês. No
IPA, o produto aumentou
5,02% na segunda prévia do
mês. Foi um dos que mais contribuíram para o avanço da inflação no atacado, ao lado dos
aumentos do arroz (33,96%) e
do minério de ferro (11,25%).
No sentido inverso ao atacado, os preços no varejo se desaceleram. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu
0,47% na segunda prévia deste
mês, abaixo do 0,63% do mesmo período de abril.
A inflação ao consumidor
perdeu fôlego especialmente
por causa do grupo habitação,
cuja variação cedeu de 0,39%
para 0,01%. O resultado reflete
a queda de 2,11% na tarifa de
energia. O grupo alimentação
também se desacelerou -de
1,31% na parcial de abril para
1,04% na deste mês.
Contágio
Segundo o Iedi (Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a alta da inflação no Brasil é reflexo da
pressão de preços em escala
mundial, especialmente das
commodities alimentícias e
metálicas. A escalada dos preços, diz o Iedi, já contamina a
confiança do consumidor, que
já dá sinais de arrefecimento.
Alta em São Paulo
A inflação na cidade de São
Paulo registrou alta de 0,89%
na segunda quadrissemana
deste mês -período de 30 dias
até dia 15-, o maior índice desde a terceira quadrissemana de
dezembro do ano passado,
quando a alta foi de 0,90%.
Os dados foram divulgados
ontem pela Fipe. O item alimentação teve a maior alta no
período, com 1,77%. Os gastos
com vestuário vieram a seguir,
com alta de 1,22%.
As despesas com saúde subiram 1,23%; as com habitação,
0,65%; e as com transportes,
0,24%. Educação ficou estável.
Colaborou a Folha Online
Texto Anterior: Comércio: Brasil diz que proposta para Doha ainda precisa melhorar Próximo Texto: Vendas: Setor de atacado faturou 6,5% a mais no ano passado Índice
|