São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Bolsa perde fôlego no final e fecha em queda de 0,2%

Bovespa chega a avançar 2,5%, mas recuo em NY pesa

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Repetindo o pregão de terça-feira, a Bovespa passou boa parte da sessão de ontem em alta (chegou a subir 2,5%), mas, ao final do dia, acompanhando o movimento em Nova York, cedeu. Acabou fechando em queda de 0,2%, aos 51.245 pontos. O volume de negócios superou R$ 6 bilhões. No mês, a Bolsa paulista acumula elevação de 8,36%; os ganhos no ano chegam a 36,5%.
"Devido à forte alta observada nas últimas semanas, correções são naturais, afinal, os investidores precisam afinar a sua estratégia. Creio que a semana ainda vai ter altos e baixos. Mas isso não significa reversão da tendência positiva", afirma Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin.
Pela manhã, a notícia de que o Bank of America conseguiu captar US$ 13,5 bilhões com uma nova emissão de ações animou Wall Street, assim como o depoimento do secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ao Senado. Ele disse que as principais instituições financeiras do país estão se organizando para captar US$ 56 bilhões a fim de se fortalecer. Um "teste de estresse" (resistência) realizado duas semanas atrás indicou que elas precisam de US$ 75 bilhões para reforçar o seu capital.
Em uma indicação de otimismo dos mercados sobre a atividade econômica global, o petróleo também subiu -3,2%, para US$ 62,04, o seu maior valor em seis meses.
Paradoxalmente, apesar de esperada pelos analistas, foi a revisão da estimativa de recuo da economia americana neste ano -de entre 0,5% e 1,3% para entre 1,3% e 2%- feita pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a desculpa para embolsar lucros. A Bolsa americana caiu 0,62%.
"É bom que os interessados em entrar na Bolsa neste momento tenham cautela, pois o mercado está sujeito a baixas no curto prazo de acordo com as notícias que saem", afirma Campos Neto.

Um ano do recorde
O maior patamar já experimentado pela Bovespa foi o de 73.438 pontos, em 19 de maio de 2008. Naquele momento, os investidores comemoravam o "grau de investimento" concedido pela agência Standard and Poor's. Do pico ao piso de 29.435 ao qual a crise levou a Bovespa, em 27 de outubro, as perdas chegaram a 60%. Para voltar ao seu maior nível, a Bolsa ainda precisa subir 43,3%.


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