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Reforço de caixa do BNDES eleva dívida pública para R$ 1,6 tri
Em abril, foram emitidos R$ 74,2 bi em papéis como parte da capitalização do banco estatal; alta foi de 6% ante março
Tesouro já havia emitido
R$ 100 bi para reforçar caixa do banco, em 2009; dívida externa mantém tendência de queda, para R$ 92,16 bi
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alavancada pela emissão de
títulos para a capitalização do
BNDES, a dívida pública federal voltou a crescer em abril,
passando de R$ 1,495 trilhão
para R$ 1,585 trilhão. Em relação a março, o salto no endividamento foi de 6,02%.
A maior parte do aumento se
deve à emissão direta de R$
74,2 bilhões em abril como parte da capitalização do BNDES,
que, com nova operação realizada em maio, atingiu um total
de R$ 80 bilhões neste ano.
Em 2009, o Tesouro Nacional já havia emitido R$ 100 bilhões em papéis para reforçar o
caixa do banco de fomento.
Segundo o coordenador de
operações da dívida pública,
José Farias de Morais, como o
aporte ao BNDES já estava previsto desde o início do ano, a
operação, apesar de afetar o tamanho do endividamento, não
altera o planejamento para a
administração da dívida.
"Do total de títulos emitidos
para o BNDES, R$ 45 bilhões
vencem já em 2010. A ideia é ao
longo do ano emitirmos papéis
com mais de um ano de prazo."
O total de emissões no mês
chegou a R$ 104,34 bilhões e os
resgates somaram R$ 24,58 bilhões. Assim, a dívida interna
teve seu valor aumentado em
6,61%, para R$ 1,492 trilhão.
Já a dívida externa continuou a tendência de queda,
chegando a R$ 92,16 bilhões,
patamar 2,73% inferior à posição de março.
Além do crescimento da dívida total, o perfil do endividamento também piorou.
O custo médio acumulado da
dívida pública em 12 meses aumentou de 9,32% ao ano em
março para 9,55% ao ano em
abril, enquanto o prazo médio
de vencimento dos títulos caiu,
de 3,73 anos para 3,57 anos.
Para o economista-chefe da
Austin Rating, Alex Agostini, o
aumento da dívida é um ônus
com o qual o Tesouro precisa
arcar para conseguir fortalecer
os investimentos produtivos
no país, via crédito no BNDES.
"O governo aposta no crescimento da arrecadação tributária para absorver esse lado
amargo. Por enquanto, o Tesouro Nacional consegue administrar esse crescimento, mas,
se não houver certa reversão no
segundo semestre, poderá ter
que lidar com um problema",
avalia Agostini.
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