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Tarifa está entre campeãs de queixas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O alto valor das tarifas é a terceira principal reclamação dos correntistas contra os bancos. Estão
catalogadas no Banco Central na
categoria das queixas que não
descumprem "normativos" do
BC. Vêm atrás apenas da espera
em filas e do mau atendimento.
Em abril, o Procon de São Paulo
realizou pesquisa comparando a
evolução de oito serviços cobrados pelos bancos de 1996 ao começo deste ano. Nesse período, o
aumento das tarifas foi inferior à
inflação. No entanto, levantamento da tarifa bancária média
de 20 produtos e serviços entre os
meses de setembro de 2003 e março de 2004 ficou acima da inflação
-aumento de 11,73% contra os
3,97% registrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Para o chefe de gabinete do Procon-SP, Vinícius Zwarg, o maior
problema não é o aumento do valor das tarifas em si, mas o crescimento do número de serviços hoje cobrados pelos bancos.
"Haverá quem diga que as tarifas variaram, grosso modo, abaixo da inflação. É verdade, nenhuma delas superou a inflação [de
1996 ao começo deste ano]. Quer
dizer, então, que de seis anos para
cá os bancos não vêm aumentando suas tarifas? Não é verdade,
porque a gama de tarifas criadas
aumentou muito, inclusive para
serviços essenciais", disse ele.
Milhares de tarifas
Segundo o chefe da divisão de
Atendimento ao Público do BC,
João Evangelista de Sousa Filho,
há mais de mil tarifas distintas
que os bancos cobram dos clientes, incluindo pessoas físicas e jurídicas. "Há casos de nomenclaturas diferentes utilizadas por bancos concorrentes para um mesmo
tipo de serviço. Incluindo esse fator, eu diria que o total de tarifas
existentes é maior do que mil."
Segundo Zwarg, os bancos cobram hoje, por exemplo, pela
compensação de cheques e pela
emissão de cheques abaixo de determinado valor. "Até bem pouco
tempo, essas tarifas não existiam", disse.
Entre as reclamações que chegam ao Procon-SP contra os bancos, "o grande campeão é o saque
indevido", diz Zwarg. Ou seja, dinheiro retirado da conta do correntista sem que o cliente reconheça o saque.
"O Banco diz que vai apurar.
Mas até que se apure, mantém o
valor debitado. Numa sociedade
em que R$ 1 mil faz muita diferença no orçamento familiar, como a
pessoa paga a conta de luz, o aluguel, o colégio das crianças?", disse o chefe de gabinete do Procon.
Zwarg afirma não ter "dúvida
nenhuma de que piorou a qualidade do serviço para o cliente que
tem de ir à agência".
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