São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Encolhe frota da empresa para vôos internacionais

Em razão de decisão da Justiça norte-americana, Varig é obrigada a tirar do ar nove jatos de empresa de leasing

Segundo consultor, se não houver remanejamento de aeronaves, vôos para os Estados Unidos ficam inviabilizados


DA REPORTAGEM LOCAL

Desde ontem, a Varig possui apenas sete aviões que podem atender a destinos internacionais de longo curso, o que explica o elevado número de cancelamentos de vôo, segundo levantamento do consultor do setor Paulo Sampaio. No total, a companhia aérea opera agora com 25 aviões, 18 deles usados para vôos domésticos e para países da América do Sul.
A empresa teve que tirar de sua frota ontem nove aviões da empresa de leasing ILFC, que conseguiu na Justiça dos EUA o direito de retomar suas aeronaves. Desses nove aviões, oito estavam em operação (um Boeing-777, quatro 757, dois 737-700 e um 737-300).
Segundo o consultor, no caso dos aviões da Boeing, que também ganhou na Justiça americana o direito de retomada de sete aeronaves, a companhia parou de operar três MD-11 e um Boeing-777 (o restante já estava parado). A Varig, de acordo com ele, também tirou de operação ontem quatro aviões da empresa Gatx (dois 737/800 e dois 737/300).
A Varig nega que tenha tirado ontem de operação os aviões da Boeing e da Gatx. A assessoria de imprensa da companhia aérea afirmou que apenas os aviões da ILFC foram retirados de operação. Ontem, o TGV, que comprou a Varig, afirmou que 20 aviões estão parados por decisão judicial.
De acordo com Sampaio, se não houver um remanejamento de aeronaves, a saída de operação desses aviões praticamente inviabiliza os vôos da Varig para os Estados Unidos. Na noite de ontem, a Varig só previa voar para Madri, Londres e Frankfurt, onde acontece a Copa do Mundo.
"Como a Europa é um mercado muito quente atualmente, por causa da Copa, é possível que ela deixe os vôos para os EUA para mais tarde", diz.
Segundo dados de Sampaio, nos primeiros 15 dias deste mês, a demanda da Varig caiu 29% ante o mesmo período do ano passado. A TAM e a Gol aumentam suas demandas em, respectivamente, 49% e 55%. Nessas primeiras duas semanas, na mesma comparação, a oferta da Varig caiu 33%, e as da TAM e da Gol subiram, respectivamente, 22% e 46%. "A demanda está muito aquecida, pois a Gol conseguiu aumentar a sua nove pontos percentuais acima da oferta", diz Sampaio.
(MP)


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