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Encolhe frota da empresa para vôos internacionais
Em razão de decisão da Justiça norte-americana, Varig é
obrigada a tirar do ar nove jatos de empresa de leasing
Segundo consultor, se não
houver remanejamento de
aeronaves, vôos para os
Estados Unidos ficam
inviabilizados
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde ontem, a Varig possui
apenas sete aviões que podem
atender a destinos internacionais de longo curso, o que explica o elevado número de cancelamentos de vôo, segundo levantamento do consultor do
setor Paulo Sampaio. No total,
a companhia aérea opera agora
com 25 aviões, 18 deles usados
para vôos domésticos e para
países da América do Sul.
A empresa teve que tirar de
sua frota ontem nove aviões da
empresa de leasing ILFC, que
conseguiu na Justiça dos EUA o
direito de retomar suas aeronaves. Desses nove aviões, oito estavam em operação (um
Boeing-777, quatro 757, dois
737-700 e um 737-300).
Segundo o consultor, no caso
dos aviões da Boeing, que também ganhou na Justiça americana o direito de retomada de
sete aeronaves, a companhia
parou de operar três MD-11 e
um Boeing-777 (o restante já
estava parado). A Varig, de
acordo com ele, também tirou
de operação ontem quatro
aviões da empresa Gatx (dois
737/800 e dois 737/300).
A Varig nega que tenha tirado
ontem de operação os aviões da
Boeing e da Gatx. A assessoria
de imprensa da companhia aérea afirmou que apenas os
aviões da ILFC foram retirados
de operação. Ontem, o TGV,
que comprou a Varig, afirmou
que 20 aviões estão parados por
decisão judicial.
De acordo com Sampaio, se
não houver um remanejamento de aeronaves, a saída de operação desses aviões praticamente inviabiliza os vôos da
Varig para os Estados Unidos.
Na noite de ontem, a Varig só
previa voar para Madri, Londres e Frankfurt, onde acontece a Copa do Mundo.
"Como a Europa é um mercado muito quente atualmente,
por causa da Copa, é possível
que ela deixe os vôos para os
EUA para mais tarde", diz.
Segundo dados de Sampaio,
nos primeiros 15 dias deste
mês, a demanda da Varig caiu
29% ante o mesmo período do
ano passado. A TAM e a Gol aumentam suas demandas em,
respectivamente, 49% e 55%.
Nessas primeiras duas semanas, na mesma comparação, a
oferta da Varig caiu 33%, e as da
TAM e da Gol subiram, respectivamente, 22% e 46%. "A demanda está muito aquecida,
pois a Gol conseguiu aumentar
a sua nove pontos percentuais
acima da oferta", diz Sampaio.
(MP)
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