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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Alta do real trará mais demissões, diz Fiesp
O atual ciclo de alta do real
vai trazer uma nova onda de demissões para a indústria nacional. O motivo é que a valorização da moeda brasileira sobre o
dólar foi maior do que a média
das moedas internacionais neste ano, o que afeta a competitividade das exportações do país.
Essa é a avaliação de Roberto
Giannetti da Fonseca, vice-presidente de comércio exterior da
Fiesp, com base em pesquisa da
entidade sobre o câmbio.
Segundo o estudo, o real se
valorizou em 16% sobre dólar
de janeiro a maio. A média das
22 moedas pesquisadas foi uma
alta de 3%. Todos os outros
Brics registraram valorização
do câmbio abaixo de 1% no período -o rublo, a moeda russa,
se desvalorizou em 0,6%.
Junto com a mudança cambial, a redução dos preços internacionais das commodities
provocada pela crise prejudica
ainda mais os exportadores
brasileiros, segundo Giannetti.
No mercado interno, a alta do
real deixa a indústria vulnerável a produtos importados, diz.
"É verdade que o dólar está se
desvalorizando no mundo inteiro, mas, no Brasil, esse movimento vai muito além da média. Assim, não tem indústria
que sobreviva e haverá uma nova onda de demissões no setor."
Giannetti afirma que o setor
exportador é o que vem sofrendo mais no Brasil com a crise
econômica, mas é o que menos
tem se beneficiado de ações de
incentivo do governo.
Ele disse que está em contato
com o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, para tratar do
assunto, mas que até agora não
há uma medida estruturada para socorrer o setor. "Se nada for
feito, o dólar vai retornar ao patamar de R$ 1,60 neste ano."
Giannetti ressalta que a volatilidade do câmbio brasileiro
não é efeito exclusivo de movimentos de valorização da moeda. No final de 2008, quando o
real se desvalorizou por conta
do agravamento da crise econômica, o efeito também foi
maior do que nos outros países.
Para ele, a volatilidade do
câmbio é uma deficiência do
Brasil para atingir a estabilidade de preços, que pode ser corrigida com uma redução drástica do juro básico brasileiro.
Os cortes recentes não foram
suficientes, diz. "A Selic caiu,
mas o diferencial com o juro
americano, não." Para Giannetti, a solução é baixar o juro para
um nível entre 6% e 7% ao ano.
CIMENTO
A Weber Quartzolit, fabricante de argamassas do Grupo
Saint-Gobain, vai investir até R$ 40 milhões em duas novas
unidades. Uma delas, em Manaus, já está em obras e deve
entrar em operação em setembro, com capacidade para produzir 100 mil toneladas por ano. A outra, em Salvador, terá
o dobro da capacidade e ficará pronta em 2010. Segundo o
diretor da empresa, Carlos Orlando, a operação brasileira é a
única das 27 unidades da Weber que está em expansão. Nas
demais, os projetos foram adiados. O motivo é que, no Brasil, a receita está em linha com a meta de crescimento de
15% neste ano, diz. Na Espanha, por exemplo, o resultado já
está 40% menor que em 2008. A empresa, porém, já espera
um reflexo negativo no seu negócio nos próximos meses, puxado pelo recuo nos lançamentos imobiliários nesta crise.
FESTA NO APÊ
As construturas Klabin Segall e São José iniciam amanhã uma série de eventos dentro de uma réplica decorada
de um apartamento do 106 Seridó, empreendimento de
alto padrão em construção no bairro Cidade Jardim, em
SP. Um público de 200 clientes participará de degustação
de vinhos, desfiles de moda e palestra com o sommelier
Manoel Beato no local. "É uma nova estratégia de relacionamento com o público", diz Mauro Silvestri, da São José.
NO LÁPIS
Até maio, as contratações
do penhor da Caixa subiram
3,1%, referentes a um volume
de R$ 2,21 bilhões para 3,66
milhões de operações. No
mesmo período de 2008, o
volume foi de R$ 2,14 bilhões,
para 3,73 milhões de operações. O maior volume de contratações foi para São Paulo,
com investimentos de R$
481,8 milhões e 685 mil operações no mesmo período. O
Rio de Janeiro ficou em segundo lugar em volume com
R$ 424,2 milhões correspondentes a 693 mil operações.
MACA
Balanço recente da Bionexo aponta que cerca de 30%
dos custos dos hospitais são
com compras de materiais e
medicamentos.
MÓVEL
Mais de 1 milhão de assinantes aderiram ao modem
3G no mês de maio, resultando em 4,4 milhões de pessoas conectadas por meio do
dispositivo móvel. O número
representa cerca de 50% do
mercado. Hoje o Brasil possui cerca de 10 milhões de
usuários da tecnologia 3G
HSPA. De abril a maio, o
avanço do 3G foi de 100%,
segundo a Anatel. O Brasil
representa em média 56% de
todos usuários de 3G da
América Latina.
CADEIRA
O Empório Beraldin, especializado em decoração com
matéria-prima natural,
inaugura no dia 1º de julho
seu primeiro outlet, na Raposo Tavares, em SP.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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