São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Alta do real trará mais demissões, diz Fiesp

O atual ciclo de alta do real vai trazer uma nova onda de demissões para a indústria nacional. O motivo é que a valorização da moeda brasileira sobre o dólar foi maior do que a média das moedas internacionais neste ano, o que afeta a competitividade das exportações do país.
Essa é a avaliação de Roberto Giannetti da Fonseca, vice-presidente de comércio exterior da Fiesp, com base em pesquisa da entidade sobre o câmbio.
Segundo o estudo, o real se valorizou em 16% sobre dólar de janeiro a maio. A média das 22 moedas pesquisadas foi uma alta de 3%. Todos os outros Brics registraram valorização do câmbio abaixo de 1% no período -o rublo, a moeda russa, se desvalorizou em 0,6%.
Junto com a mudança cambial, a redução dos preços internacionais das commodities provocada pela crise prejudica ainda mais os exportadores brasileiros, segundo Giannetti. No mercado interno, a alta do real deixa a indústria vulnerável a produtos importados, diz.
"É verdade que o dólar está se desvalorizando no mundo inteiro, mas, no Brasil, esse movimento vai muito além da média. Assim, não tem indústria que sobreviva e haverá uma nova onda de demissões no setor."
Giannetti afirma que o setor exportador é o que vem sofrendo mais no Brasil com a crise econômica, mas é o que menos tem se beneficiado de ações de incentivo do governo.
Ele disse que está em contato com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto, mas que até agora não há uma medida estruturada para socorrer o setor. "Se nada for feito, o dólar vai retornar ao patamar de R$ 1,60 neste ano."
Giannetti ressalta que a volatilidade do câmbio brasileiro não é efeito exclusivo de movimentos de valorização da moeda. No final de 2008, quando o real se desvalorizou por conta do agravamento da crise econômica, o efeito também foi maior do que nos outros países.
Para ele, a volatilidade do câmbio é uma deficiência do Brasil para atingir a estabilidade de preços, que pode ser corrigida com uma redução drástica do juro básico brasileiro.
Os cortes recentes não foram suficientes, diz. "A Selic caiu, mas o diferencial com o juro americano, não." Para Giannetti, a solução é baixar o juro para um nível entre 6% e 7% ao ano.

CIMENTO
A Weber Quartzolit, fabricante de argamassas do Grupo Saint-Gobain, vai investir até R$ 40 milhões em duas novas unidades. Uma delas, em Manaus, já está em obras e deve entrar em operação em setembro, com capacidade para produzir 100 mil toneladas por ano. A outra, em Salvador, terá o dobro da capacidade e ficará pronta em 2010. Segundo o diretor da empresa, Carlos Orlando, a operação brasileira é a única das 27 unidades da Weber que está em expansão. Nas demais, os projetos foram adiados. O motivo é que, no Brasil, a receita está em linha com a meta de crescimento de 15% neste ano, diz. Na Espanha, por exemplo, o resultado já está 40% menor que em 2008. A empresa, porém, já espera um reflexo negativo no seu negócio nos próximos meses, puxado pelo recuo nos lançamentos imobiliários nesta crise.

FESTA NO APÊ
As construturas Klabin Segall e São José iniciam amanhã uma série de eventos dentro de uma réplica decorada de um apartamento do 106 Seridó, empreendimento de alto padrão em construção no bairro Cidade Jardim, em SP. Um público de 200 clientes participará de degustação de vinhos, desfiles de moda e palestra com o sommelier Manoel Beato no local. "É uma nova estratégia de relacionamento com o público", diz Mauro Silvestri, da São José.

NO LÁPIS
Até maio, as contratações do penhor da Caixa subiram 3,1%, referentes a um volume de R$ 2,21 bilhões para 3,66 milhões de operações. No mesmo período de 2008, o volume foi de R$ 2,14 bilhões, para 3,73 milhões de operações. O maior volume de contratações foi para São Paulo, com investimentos de R$ 481,8 milhões e 685 mil operações no mesmo período. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar em volume com R$ 424,2 milhões correspondentes a 693 mil operações.

MACA
Balanço recente da Bionexo aponta que cerca de 30% dos custos dos hospitais são com compras de materiais e medicamentos.

MÓVEL
Mais de 1 milhão de assinantes aderiram ao modem 3G no mês de maio, resultando em 4,4 milhões de pessoas conectadas por meio do dispositivo móvel. O número representa cerca de 50% do mercado. Hoje o Brasil possui cerca de 10 milhões de usuários da tecnologia 3G HSPA. De abril a maio, o avanço do 3G foi de 100%, segundo a Anatel. O Brasil representa em média 56% de todos usuários de 3G da América Latina.

CADEIRA
O Empório Beraldin, especializado em decoração com matéria-prima natural, inaugura no dia 1º de julho seu primeiro outlet, na Raposo Tavares, em SP.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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