São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


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DÍVIDA PÚBLICA
Economia vai a esse valor se taxa cair também para títulos prefixados
País poupa R$ 10 bi com juro menor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O corte de dois pontos percentuais nos juros básicos da economia que o Banco Central promoveu no último mês poderá proporcionar uma economia de até R$ 10 bilhões nos encargos anuais da dívida pública.
Mas a economia só chegará a esse valor se a queda de juros atingir também a dívida em títulos prefixados e se a taxa mais baixa não provocar alta da cotação do dólar.
A última queda foi anunciada anteontem pelo BC, que reduziu a taxa de 17% para 16,5% e trocou o viés de baixa para um viés neutro.
A queda dos juros deverá ter um impacto imediato nos títulos que remuneram os investidores pela taxa Selic, que caiu de 18,5% para 16,5% anuais em um mês.
Pelo dado mais recente divulgado pelo BC, de maio passado, essa dívida estava em R$ 275 bilhões.
Portanto, a queda dos juros deverá proporcionar economia de cerca de R$ 5,5 bilhões anuais no pagamento de juros dessa dívida.
No médio e longo prazos, entretanto, a economia poderá ser maior que isso, caso a redução dos juros provoque queda nas taxas exigidas pelos investidores para comprar os papéis prefixados e os cambiais.
A dívida total do governo em títulos era de R$ 498 bilhões em maio, o que significa que uma queda de dois pontos nos juros pode proporcionar uma economia de até R$ 10 bilhões por ano.
O grande risco é a queda da taxa de juros provocar alta da cotação do dólar no Brasil. Teoricamente, a taxa de câmbio é influenciada pelos juros internos da economia, e quedas da taxa de juros costumam provocar alta do dólar.
A valorização de 1% no dólar provoca um aumento de cerca de R$ 1 bilhão na dívida atrelada a essa moeda, que em maio passado somava R$ 105 bilhões.


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