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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa sobe 1,63%, e dólar comercial cai 0,33% um dia depois do corte sofrido pela taxa Selic
Redução dos juros anima investidores
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro reagiu
com otimismo à redução dos juros básicos da economia. Anteontem, depois do encerramento dos negócios, o Banco Central
reduziu a taxa Selic de 17% para
16,5% ao ano.
Na primeira meia hora de pregão, a Bolsa de Valores de São
Paulo já subia 1,38%. A Bovespa
operou em alta durante todo o
dia, e fechou com valorização de
1,63%.
Para Roberto Dotta, da Tudor
Asset Management, o resultado
seria melhor se não fosse a instabilidade do cenário político. Segundo ele, a Bovespa só deve retomar uma tendência mais forte
de alta caso ocorra alguma novidade, como a melhora da classificação de risco ("rating") do
Brasil.
Com a redução dos juros, aumenta o número de investidores
que trocam as aplicações em renda fixa -que passam a oferecer
ganhos menores com a redução
da taxa- pelo mercado de ações,
em busca de maior rentabilidade.
No mercado de câmbio, a teoria não funcionou. Em tese, juros
menores provocam maior desvalorização do real, pois o país perde capacidade de atrair capital
externo.
Porém não foi o que aconteceu
nas últimas vezes em que o BC
reduziu os juros básicos. No dia
20 de junho, quando a Selic estava em 18,5% ao ano, o dólar comercial era cotado a R$ 1,801.
Ontem, com a taxa em 16,5% ao
ano, a moeda fechou em R$
1,798, queda de 0,33% no dia.
Segundo analistas de mercado,
a explicação para o comportamento do câmbio está na grande
quantidade de dólares que tem
entrado no Brasil, vindos de investimentos diretos e de captações de empresas brasileiras no
exterior.
Para Carlos Alberto Abdalla, da
corretora Souza Barros, outro fator a ser considerado é a baixa liquidez do mercado, pois muitas
instituições já teriam antecipado
operações que realizariam ao
longo do segundo semestre.
No mercado futuro, os juros se
ajustaram à nova Selic e recuaram em todos os vencimentos,
especialmente nos mais próximos. O DI de agosto caiu de
16,80% para 15,95% ao ano. O DI
de dezembro, o mais negociado
da BM&F, passou de 18,35% para
18,10% ao ano.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)
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