São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO
Bovespa sobe 1,63%, e dólar comercial cai 0,33% um dia depois do corte sofrido pela taxa Selic
Redução dos juros anima investidores

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro reagiu com otimismo à redução dos juros básicos da economia. Anteontem, depois do encerramento dos negócios, o Banco Central reduziu a taxa Selic de 17% para 16,5% ao ano.
Na primeira meia hora de pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo já subia 1,38%. A Bovespa operou em alta durante todo o dia, e fechou com valorização de 1,63%.
Para Roberto Dotta, da Tudor Asset Management, o resultado seria melhor se não fosse a instabilidade do cenário político. Segundo ele, a Bovespa só deve retomar uma tendência mais forte de alta caso ocorra alguma novidade, como a melhora da classificação de risco ("rating") do Brasil.
Com a redução dos juros, aumenta o número de investidores que trocam as aplicações em renda fixa -que passam a oferecer ganhos menores com a redução da taxa- pelo mercado de ações, em busca de maior rentabilidade.
No mercado de câmbio, a teoria não funcionou. Em tese, juros menores provocam maior desvalorização do real, pois o país perde capacidade de atrair capital externo.
Porém não foi o que aconteceu nas últimas vezes em que o BC reduziu os juros básicos. No dia 20 de junho, quando a Selic estava em 18,5% ao ano, o dólar comercial era cotado a R$ 1,801. Ontem, com a taxa em 16,5% ao ano, a moeda fechou em R$ 1,798, queda de 0,33% no dia.
Segundo analistas de mercado, a explicação para o comportamento do câmbio está na grande quantidade de dólares que tem entrado no Brasil, vindos de investimentos diretos e de captações de empresas brasileiras no exterior.
Para Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros, outro fator a ser considerado é a baixa liquidez do mercado, pois muitas instituições já teriam antecipado operações que realizariam ao longo do segundo semestre.
No mercado futuro, os juros se ajustaram à nova Selic e recuaram em todos os vencimentos, especialmente nos mais próximos. O DI de agosto caiu de 16,80% para 15,95% ao ano. O DI de dezembro, o mais negociado da BM&F, passou de 18,35% para 18,10% ao ano.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)


Texto Anterior: Programa de retenção do café será mantido integralmente
Próximo Texto: Telecomunicações: Espanhóis e portugueses repartem Telesp
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.