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Eletroeletrônicos, carros e PCs ainda têm vendas fortes
Comércio de bens duráveis também sente freada no Norte e no Nordeste, mas moradores mantêm busca de "sonhos de consumo"
Domicílios das regiões ainda
têm um número menor de
aparelhos eletrodomésticos
do que no resto do país, apontam especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando se pergunta às famílias do Norte e do Nordeste o
que elas fariam se tivessem aumento de renda, 29% respondem que comprariam alimentos. "É uma região com grande
potencial para consumo de
itens básicos", afirma Fatima
Merlin, gerente de atendimento a varejo da empresa de pesquisas de consumo LatinPanel.
"Para isso, basta incentivar a
criação de empregos e a renda."
Mas, mesmo com um terço
da população ainda sem poder
comprar gêneros de primeira
necessidade, é nos produtos
"aspiracionais" que o consumo
no Norte e no Nordeste não pára de crescer. Segundo o LatinPanel, enquanto 35% dos domicílios brasileiros têm máquina de lavar, nessas regiões o
percentual fica em 13%. O mesmo acontece com microondas
(diferença de 25% no país, contra 9% nas regiões) ou forno
elétrico (12%, ante 3%).
Como no varejo de alimentos, o percentual de crescimento das lojas e dos fabricantes de
produtos duráveis diminuiu. "É
impossível manter o percentual de crescimento de 35%
anuais ao longo dos anos", afirma Juraci Parente, coordenador do Centro de Excelência
em Varejo da Fundação Getulio
Vargas. Porém, o crescimento
nas vendas continua forte.
A fabricante de eletroeletrônicos Mondial, uma das mais
fortes do Nordeste, por exemplo, registrou aumento de vendas de 15% nos primeiros seis
meses do ano em relação ao
mesmo período de 2006.
Para Giovanni Cardoso, diretor da Mondial, o percentual é
bom, principalmente se for
considerado que, em 2006, a
empresa tinha tido um salto de
35% nas vendas.
"Os beneficiários do Bolsa
Família que vivem na informalidade consideram o benefício
uma renda fixa para pagar prestações", diz. "E nada é mais
atraente que uma TV nova."
A Amazon PC, líder de mercado no Norte e no Nordeste,
viu o faturamento saltar de R$
18 milhões, em 2003, para R$
200 milhões em 2006. Uma das
estratégias foi focar nos mercados ao Norte do país, instalando sua fábrica em Manaus.
"Temos custos menores com
logística e, enquanto nossos
concorrentes parcelam em sete
vezes, nós chegamos a 12 prestações", diz Carlos Diniz, presidente da Amazon PC.
Essa procura reflete-se nas
redes varejistas como a Ricardo
Eletro, que está se expandindo
no Nordeste. Na empresa, o incremento médio de vendas foi
12%. "É um número surpreendente, principalmente num
ano depois da Copa do Mundo",
afirma Rodrigo Nunes, vice-presidente da Ricardo Eletro.
As montadoras vivem situação parecida. De janeiro a junho, as vendas aumentaram
3,79% no Norte e 17,45%, no
Nordeste. No país, o crescimento médio foi de 25,8%.
(CRISTIANE BARBIERI)
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