São Paulo, sábado, 21 de julho de 2007

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Setor de materiais de acabamento tem crescimento de 13% no país

Expansão da construção civil impulsiona o segmento de cerâmica, esquadrias, fechaduras, metais sanitários e tintas; setor espera crescer mais em 2008

SIMONE CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de produtos ligados ao acabamento das obras de construção, como metais sanitários, esquadrias e pisos cerâmicos, começa a sentir o impacto do aumento no número de empreendimentos lançados- iniciado há um ano. Segundo a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), as vendas de materiais de acabamento aumentaram 13% no primeiro semestre em relação a 2006.
O desempenho fez a entidade revisar a expectativa de crescimento anual de 8% para 11%.
"O setor todo cresce, mas os acabamentos estão crescendo mais nos últimos quatro meses", diz o presidente da Abramat, Melvyn Fox.
As vendas de materiais de construção em geral tiveram queda de 3% no mês de junho em relação a maio. Já os produtos ligados ao acabamento cresceram 9,9% considerando o mesmo comparativo.
As indústrias de metais-sanitários, fechaduras e esquadrias de alumínio do Estado de São Paulo também começam a seguir o movimento da construção. Segundo o Siamfesp (sindicato de metais não-ferrosos paulista), o desempenho em junho foi 10% maior que o de maio, e deve se manter neste nível nos próximos cinco anos.
A Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas) revisou a projeção de crescimento das vendas no ano de 4,5% para até 6,5% antevendo os resultados do aumento do número de construções. "Quando vemos obras sendo lançadas, sabemos que vamos nos beneficiar um pouco mais para frente", diz o presidente da entidade, Dilson Ferreira.
A Luxalum, fabricante de esquadrias de alumínio, vendeu mais unidades especiais -usadas em grandes construções- até maio deste ano do que em todo o ano passado. "Mais que dobramos a área de esquadrias em fachadas de prédios comerciais com a metade de prédios de 2006", diz Lucínio Santos, diretor da empresa.
Esse crescimento nas vendas de acabamentos, segundo Santos e Fox, é o começo de uma aceleração que deve se fortalecer neste semestre e se consolidar no próximo ano.
"Já são 12 meses seguidos de crescimento no mercado de construção civil, ele está consolidado. Os materiais básicos tiveram grande aumento, a tendência é que agora venham os acabamentos", diz Fox. Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o número de lançamentos aumentou em junho do ano passado para 27 no Estado de São Paulo, contra 21 de maio, e manteve a média próxima de 30 desde então.
Para Santos, o "boom dos acabamentos ainda não chegou ao topo", por isso ele prevê mais aumento de vendas em 2008. "As taxas de crescimento devem se estabilizar acima dos níveis de 2006." Ele prevê crescimento de 10% nas esquadrias de alto padrão, o triplo registrado de janeiro a maio.
Embora mais tímida, a fabricante de metais sanitários Docol teve aumento de 5% nas vendas no primeiro semestre do ano. Foi um bom resultado, segundo o diretor comercial Guilherme Bertani, depois de anos no zero a zero. As compras feitas pelas construtoras, no entanto, aumentaram 10% até o mês de junho.

Impulso
"Estávamos estagnados há cerca de cinco anos e conseguimos essa melhora graças ao impulso à construção civil."
A expectativa é que as vendas em geral aumentem até 15% neste ano, mas Bertani ainda acha pouco e acredita em mais crescimento para 2008.
A Gyotoku, maior fabricante de pisos cerâmicos do país, também está se preparando para o crescimento esperado em 2008. No primeiro semestre, a empresa teve aumento de 23% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado e espera conseguir um resultado melhor a partir do segundo.
"Terminamos [de fazer] investimentos de cerca de US$ 6 bilhões para a ampliação da capacidade de produção de porcelanato de 250 mil m2 por mês para 300 mil m2 por mês", diz o presidente da empresa, Adriano Lima. O investimento, segundo ele, foi feito em função da "boa aceitação do porcelanato" e da expectativa de aumento de vendas decorrente da expansão da construção civil.


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