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Setor de materiais de acabamento tem crescimento de 13% no país
Expansão da construção civil impulsiona o segmento de cerâmica, esquadrias, fechaduras, metais sanitários e tintas; setor espera crescer mais em 2008
SIMONE CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mercado de produtos ligados ao acabamento das obras
de construção, como metais sanitários, esquadrias e pisos cerâmicos, começa a sentir o impacto do aumento no número
de empreendimentos lançados- iniciado há um ano. Segundo a Abramat (Associação
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), as vendas de materiais de acabamento aumentaram 13% no primeiro semestre em relação a 2006.
O desempenho fez a entidade
revisar a expectativa de crescimento anual de 8% para 11%.
"O setor todo cresce, mas os
acabamentos estão crescendo
mais nos últimos quatro meses", diz o presidente da Abramat, Melvyn Fox.
As vendas de materiais de
construção em geral tiveram
queda de 3% no mês de junho
em relação a maio. Já os produtos ligados ao acabamento cresceram 9,9% considerando o
mesmo comparativo.
As indústrias de metais-sanitários, fechaduras e esquadrias
de alumínio do Estado de São
Paulo também começam a seguir o movimento da construção. Segundo o Siamfesp (sindicato de metais não-ferrosos
paulista), o desempenho em junho foi 10% maior que o de
maio, e deve se manter neste
nível nos próximos cinco anos.
A Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas)
revisou a projeção de crescimento das vendas no ano de
4,5% para até 6,5% antevendo
os resultados do aumento do
número de construções.
"Quando vemos obras sendo
lançadas, sabemos que vamos
nos beneficiar um pouco mais
para frente", diz o presidente
da entidade, Dilson Ferreira.
A Luxalum, fabricante de esquadrias de alumínio, vendeu
mais unidades especiais -usadas em grandes construções-
até maio deste ano do que em
todo o ano passado. "Mais que
dobramos a área de esquadrias
em fachadas de prédios comerciais com a metade de prédios
de 2006", diz Lucínio Santos,
diretor da empresa.
Esse crescimento nas vendas
de acabamentos, segundo Santos e Fox, é o começo de uma
aceleração que deve se fortalecer neste semestre e se consolidar no próximo ano.
"Já são 12 meses seguidos de
crescimento no mercado de
construção civil, ele está consolidado. Os materiais básicos tiveram grande aumento, a tendência é que agora venham os
acabamentos", diz Fox. Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o número de lançamentos
aumentou em junho do ano
passado para 27 no Estado de
São Paulo, contra 21 de maio, e
manteve a média próxima de
30 desde então.
Para Santos, o "boom dos
acabamentos ainda não chegou
ao topo", por isso ele prevê
mais aumento de vendas em
2008. "As taxas de crescimento
devem se estabilizar acima dos
níveis de 2006." Ele prevê crescimento de 10% nas esquadrias
de alto padrão, o triplo registrado de janeiro a maio.
Embora mais tímida, a fabricante de metais sanitários Docol teve aumento de 5% nas
vendas no primeiro semestre
do ano. Foi um bom resultado,
segundo o diretor comercial
Guilherme Bertani, depois de
anos no zero a zero. As compras
feitas pelas construtoras, no
entanto, aumentaram 10% até
o mês de junho.
Impulso
"Estávamos estagnados há
cerca de cinco anos e conseguimos essa melhora graças ao impulso à construção civil."
A expectativa é que as vendas
em geral aumentem até 15%
neste ano, mas Bertani ainda
acha pouco e acredita em mais
crescimento para 2008.
A Gyotoku, maior fabricante
de pisos cerâmicos do país,
também está se preparando para o crescimento esperado em
2008. No primeiro semestre, a
empresa teve aumento de 23%
nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado e
espera conseguir um resultado
melhor a partir do segundo.
"Terminamos [de fazer] investimentos de cerca de US$ 6
bilhões para a ampliação da capacidade de produção de porcelanato de 250 mil m2 por mês
para 300 mil m2 por mês", diz o
presidente da empresa, Adriano Lima. O investimento, segundo ele, foi feito em função
da "boa aceitação do porcelanato" e da expectativa de aumento de vendas decorrente da
expansão da construção civil.
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