Após acidente, ações da TAM acumulam perda de 17%

MÁRCIO RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE

Após atingir novo recorde no pregão de quinta-feira, aos 58.124 pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a cair ontem. Com isso, o Ibovespa (principal índice da Bovespa) acumulou baixa de 0,35% na semana. Ontem, o índice recuou 1,17%, aos 57.442 pontos. O volume financeiro foi de R$ 3,8 bilhões.
Em um dia com agenda econômica vazia, o pregão brasileiro seguiu o ritmo negativo verificado nas Bolsas de Valores norte-americanas, influenciadas por resultados corporativos abaixo das expectativas dos analistas de empresas como o Google e a Caterpillar.
"Com as altas consecutivas registradas ao longo desta semana e resultados de empresas abaixo do esperado, é normal que ocorra certa realização de lucros. No entanto, os fundamentos continuam fortes, e a tendência para a próxima semana continua sendo de alta", afirma Luís Leci Dozol, supervisor financeiro da corretora Manchester.
Nos próximos dias, segundo Dozol, o ritmo do pregão será ditado pelos resultados trimestrais das empresas brasileiras e de outros países.
"Pode ser que na segunda-feira ainda ocorra alguma realização, mas, com os resultados trimestrais, a tendência voltará a ser de alta."
Prova dessa realização é que as ações da Vale do Rio Doce recuaram, após subir por vários dias seguidos. Os papéis ON (ordinárias) caíram 1,29%. Já as ações PNA (preferenciais) da empresa se desvalorizaram em 0,98%. As ações da Petrobras também tiveram baixa. Os papéis ON recuaram 0,93%. Os papéis PN caíram 0,68%.

Aviação
O grande destaque da semana ficou com as ações da TAM, em razão do acidente da terça-feira, em Congonhas, com Airbus-A320 da companhia. Desde o desastre, os papéis PN da empresa acumulam queda de 17% -ontem, recuaram 2,65%. As ações PN da Gol também fecharam ontem em queda, de 1,19%, a R$ 52,05.
Os papéis da TAM passaram a ocupar a terceira posição entre os mais negociados, só atrás de Petrobras e Vale.

Câmbio
O dólar comercial fechou ontem em ligeira alta de 0,05%, cotado a R$ 1,857. Apesar da valorização de ontem, a moeda acumulou queda de 0,27% na semana.
Segundo Ideaki Iha, analista de câmbio da corretora Fair, a pequena alta do dólar ocorreu por conta do cenário externo. "Após os fortes ganhos das Bolsas nesta semana, os investidores realizaram lucros. Isso significa que o dólar saiu dos [países] emergentes e voltou para títulos do Tesouro americano, por exemplo", explica.


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