|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Proposta sobre Itaipu ainda divide o governo
Preocupação é que concessão ao Paraguai encareça energia
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A última proposta colocada
na mesa de negociação sobre a
questão de Itaipu ainda divide
o governo brasileiro. O Itamaraty confirmou oficialmente
que negociadores brasileiros
discutem com o Paraguai que o
país vizinho venda a energia excedente de Itaipu no mercado
livre brasileiro, e não por um
preço fixo à Eletrobrás, como
vem acontecendo.
A preocupação dos brasileiros agora é encontrar uma fórmula para que a liberação ocorra gradualmente.
A questão ainda não é consensual no governo brasileiro
porque há a preocupação de
que acabe aumentando o valor
da energia elétrica cobrada dos
consumidores brasileiros. Apesar de ter apoio do Itamaraty, a
liberação da venda no mercado
livre ainda encontra resistência
no Ministério da Fazenda e no
Ministério de Minas e Energia.
Revisão do contrato de Itaipu
não é consenso porque pode
encarecer energia.
Hoje, dos 50% da energia de
Itaipu a que o Paraguai tem direito, apenas 5% são usados internamente no país. O restante
é vendido para a Eletrobrás como forma de pagamento pela
dívida do Paraguai com a estatal contraída durante a construção da usina.
A proposta em discussão seria permitir que o Paraguai negocie diretamente com os grandes consumidores do mercado
livre brasileiro -principalmente indústrias- cerca de
5.500 MW restantes, montante
equivalente a quase as duas usinas do rio Madeira juntas.
Técnicos da área energética
dizem que a liberação encarecerá a energia para o consumidor cativo brasileiro -a maioria, que recebe energia direto
das distribuidoras.
A EPE (Empresa de Pesquisa
Energética), ligada ao Ministério de Minas e Energia, deverá
apresentar, na próxima reunião de ministros que discutem
o assunto, estudos que mostram que a liberação não será
favorável ao consumidor.
Ontem, o presidente da EPE,
Maurício Tolmasquim, disse
que ainda não há decisão sobre
Itaipu. Ele adiantou, no entanto, que o único consenso é que a
energia do Paraguai não poderá
ser vendida a outros países.
Nesta semana, os ministros
brasileiros se reunirão mais
uma vez com Lula para discutir
o assunto. No sábado, ele se encontra com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, para nova rodada de negociações.
Texto Anterior: Obama afirma que "incêndio foi apagado" Próximo Texto: Petróleo: Petrobras terá prioridade no pré-sal, diz Lobão Índice
|