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Fisco avalia os dados dos clientes de Tania Bulhões
Objetivo é verificar se renda declarada é compatível com compra de itens de luxo
Documentos encontrados durante operação na semana passada indicam códigos que se referiam a compras sem nota fiscal na loja em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A Receita Federal vai usar informações de clientes das lojas
da empresária Tania Bulhões,
alvo de fiscalização na última
terça-feira, para verificar se a
renda declarada por esses consumidores no Imposto Renda é
compatível com o valor de objetos de luxo comprados.
A loja vende cômodas por R$
7.000, aparadores por R$ 29,5
mil, pratos por R$ 175 cada um
e cadeiras por R$ 2.500 cada
uma, entre outros produtos.
A loja de Tania Bulhões é suspeita de participar de um esquema de importações irregulares para escapar do pagamento de impostos. Foram encontradas notas fiscais que mostram que os preços dos artigos
eram subfaturados em 70%.
Auditores e policiais federais
apreenderam computadores,
"pen drives" e documentos de
seis locais: das lojas Tania Bulhões Home e Tania Bulhões
Perfumes (ambas nos Jardins),
de dois escritórios de contabilidade, do apartamento da empresária (nos Jardins) e da casa
de uma funcionária (Jaguaré).
Nos documentos em que
constavam os nomes de dezenas de clientes, os auditores encontraram anotações em códigos que se referiam à compra
"com nota [fiscal]", "com meia
nota" e "sem nota". A loja tem
uma lista de clientes famosos,
entre eles atrizes e socialites.
O fisco não tem ideia ainda
do montante sonegado. Mas os
auditores constataram, durante um ano de investigação, que,
entre 2004 e 2006, a loja importava mercadorias da Europa
e vendia ao Brasil por meio de
duas empresas situadas em um
mesmo endereço em Miami
(Eurosete e All Trade), com a
intenção de driblar o pagamento de impostos -como o de importação e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
A importação não era feita
diretamente em nome da loja
Tania Bulhões, segundo os fiscais, porque assim ela se responsabilizaria pelo recolhimento de impostos. Parte das
operações era feita por meio de
tradings brasileiras. Ao menos
quatro já estão sob investigação: Vila Porto (ES), Socinter
(ES), JA Brazil Export Comercial (RO) e By Brasil (SP), que
fez importações para a Daslu,
alvo de fiscalização em 2005.
Advogados e representantes
das empresas de Miami, da Vila
Porto e da Socinter afirmam
que as empresas operam de forma regular. Os demais não foram localizados. A assessoria
da loja informa que a empresária não vai se pronunciar.
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