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COMBUSTÍVEIS
Na nona alta seguida, cotação do barril supera US$ 30, nível que não era alcançado desde fevereiro de 2001
Preço do petróleo sobe com rumor de guerra
DA REDAÇÃO
Os rumores sobre um iminente
ataque militar dos EUA contra o
Iraque lançou o preço do barril do
petróleo acima de US$ 30 ontem,
na Bolsa Mercantil de Nova York.
A disparada do produto, que
subiu pelo nono dia seguido e
atingiu seu maior preço em um
ano e meio, acendeu uma luz
amarela no governo norte-americano. A alta nos combustíveis colocaria em risco a frágil recuperação econômica do país.
O barril para entrega em setembro chegou a ser negociado a US$
30,32, antes de fechar a US$ 30,11,
com alta de 0,9% no dia. As cotações não atingiam valores tão elevados no mercado nova-iorquino
desde fevereiro de 2001 -antes,
portanto, do início da recessão
norte-americana.
Nem durante a crise da Venezuela, com a tentativa de golpe de
Estado em abril passado, nem depois dos atentados de 11 de setembro o barril havia atingido tais cotações. Desde o dia 8 de agosto, o
barril acumula alta de 13% na Bolsa Mercantil de Nova York.
Além da perspectiva de um ataque ao Iraque, o que poderia desestabilizar o fornecimento, a
queda nas reservas americanas
também pressiona a cotação. Ao
mesmo tempo, a Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) se mostra satisfeita com
os atuais preços e deu a entender
que não pretende elevar seus níveis de produção tão cedo.
Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril do tipo Brent com entrega para outubro encerrou o dia cotado a US$
27,10, com queda de 0,6%.
No final da tarde de ontem, após
o fechamento dos negócios, foi divulgado o balanço semanal das
reservas norte-americanas, que
mostrou um aumento. Mas, durante todo o dia, os operadores
trabalharam com a especulação
de que o relatório do Instituto
Americano do Petróleo (API, na
sigla em inglês) revelaria uma nova redução dos estoques.
Segundo o API, os estoques de
óleo cresceram 6,6 milhões de
barris na semana passada, para
302 milhões de barris. Ainda assim, os reservatórios estão oscilando nos menores níveis desde o
começo do ano passado. Com a
notícia, a cotação caiu nos negócios "after market".
Guerra do Golfo 2
Se realmente houver um conflito entre os EUA e o Iraque, a Opep
ampliaria sua oferta, mas caso
ocorram problemas no fornecimento. Os membros do cartel dizem que hoje não há razões para
elevar a produção, uma vez que a
cesta de petróleos usada como referência pela organização está
abaixo de US$ 28 (na segunda-feira, a sexta valia US$ 26,82). A
margem com que a organização
trabalha é de US$ 22 a US$ 28.
"Se uma guerra tiver início, os
países da Opep estarão prontos
para preencher toda eventual
queda no fornecimento", disse o
ministro kuaitiano do petróleo,
xeque Ahmad al-Fahd al-Sabah,
em entrevista a um jornal russo.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, não esconde a intenção
de terminar a tarefa que seu pai
não conseguiu realizar há 11 anos,
durante a Guerra do Golfo, ou seja, retirar Saddam Hussein do governo iraquiano. Mas a ação militar enfrenta grande resistência no
país, inclusive no partido de Bush,
o Republicano, e o conflito poderia desestabilizar a economia.
A próxima reunião da Opep
ocorrerá no mês que vem. Declarações de autoridades nas últimas
semanas indicam que não deverá
ser decidida uma elevação nos
atuais níveis de oferta do cartel.
A produção dos 11 países-membros da Opep está hoje no menor
patamar dos últimos dez anos, reflexo da recessão global do ano
passado. Desde o começo do ano
passado, o cartel fez vários cortes,
reduzindo a oferta em 19%.
Estabelecido em 1960, o cartel
controla metade do óleo exportado no planeta e seu maior produtor é a Arábia Saudita.
Com agências internacionais
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