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MERCADO FINANCEIRO
Negociações são marcadas pela expectativa para a decisão do Copom hoje; risco-país sobe 1,2%
Em 3 pregões, dólar acumula queda de 3,4%
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o mercado mais tranquilo, o dólar fechou em queda de 0,16%, cotado a R$ 3,10. Em três pregões seguidos de baixa, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 3,4%.
O risco Brasil, calculado pelo banco JP Morgan, subiu 1,2%, para 2.017 pontos -voltou à casa dos 2.000, após ter caído para 1.994 pontos anteontem.
Houve poucos negócios no mercado cambial. Assim, qualquer pequena operação concluída
impactava a cotação -a moeda
norte-americana oscilou entre
queda de 1,35% e alta de 0,74%.
O dia foi de expectativas -por
mais informações sobre a viagem
aos Estados Unidos do presidente
do Banco Central, Armínio Fraga,
pela manhã, e por detalhes da
operação de concessão de US$ 2
bilhões em créditos para a exportação por parte do BC, à tarde.
Além disso, hoje o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC
anuncia sua decisão sobre o futuro da taxa de juros brasileira. A
Selic atualmente é de 18% ao ano.
Sem grandes novidades, analistas esperam pela entrada efetiva
de recursos no mercado, que sofre com a falta de liquidez. O crédito externo para o Brasil praticamente zerou devido à instabilidade política de um ano eleitoral e à
aversão mundial ao risco, após as
fraudes contábeis cometidas por
empresas norte-americanas.
"As negociações com o dólar
perderam a irracionalidade", afirma Clive Botelho, do banco Santos. Ele avalia, no entanto, que a
moeda norte-americana só cederá até patamares mais baixos
quando houver maior definição
do cenário eleitoral. O BC vendeu
dólares ao mercado ontem.
A especulação com pesquisas de
intenção de voto continuou a ser
usada por operadores para ditar
os rumos das negociações. Ontem, os boatos davam conta de
nova queda do candidato do governo, José Serra (PSDB), e de alta
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No mercado futuro, as projeções para as taxas de juros caíram
um pouco. Na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), os contratos para janeiro do ano que
vem, que concentram a maior liquidez, passaram de 22,03% para
21,78%. A maioria dos analistas avalia que o Copom manterá os
juros, mas não será grande surpresa se houver queda.
A Bovespa seguiu os EUA e fechou com baixa de 1,63% e fraco
giro financeiro -R$ 386,340 milhões.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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