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Stephanes anuncia crédito de R$ 1,5 bi para retomada de leilões
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) anunciou ontem a abertura de linha de R$
1,5 bilhão que, segundo ele, irá
assegurar a retomada de leilões
emergenciais para o escoamento da produção agrícola.
O primeiro deles, disse o ministro, será na próxima semana
e vai tentar amenizar o problema logístico causado pelo excedente de quase 2 milhões de toneladas de milho da segunda
safra em Mato Grosso.
Atualmente, segundo estimativa da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e
Milho em MT), mais de 500 mil
toneladas do grão estão estocadas a céu aberto, por falta de espaço nos armazéns.
"O milho já está decidido.
Houve um problema de recursos, atrasamos quase 15 dias.
Eu mesmo vi as dificuldades
em visita a Mato Grosso, mas
devemos amanhã [hoje] publicar o novo leilão e, na próxima
semana, serão mais 500 mil toneladas", disse Stephanes, em
Cuiabá.
O total de recursos irá financiar "vários outros leilões", disse o ministro. "Depois do milho, entra o algodão e, em outras regiões, vamos fazer leilões
para trigo, feijão e arroz. Possivelmente, a gente vai fazer vários leilões seguidos."
Questionado sobre a chuva
que caiu ontem em Mato Grosso, e que pode ter prejudicado
parte da produção estocada fora dos silos, o ministro disse
não ter mais o que fazer "em relação ao que já aconteceu".
"Nós temos que fazer é daqui
para a frente. O leilão está previsto e vamos fazer todos os que
forem necessários."
Sobre a decisão do governo
de atualizar os índices usados
para medir a produtividade de
fazendas passíveis de desapropriação para reforma agrária,
Stephanes disse se tratar de
uma "questão difícil".
"Temos uma lei que manda
publicar os índices de forma
constante. O último saiu há 29
anos. Há uma reação muito forte de vários partidos, inclusive
do meu partido, o PMDB. Os líderes já conversaram comigo
que querem fechar uma posição contrária. Vamos ter reunião na terça-feira e temos de
levar essa preocupação ao presidente", afirmou.
De acordo com o ministro, as
discussões dos temas ambiental e agrário no país "têm sido
muito políticas e não têm seguido o rigor técnico".
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