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População "envelhecida"
explica o crescimento
DA REPORTAGEM LOCAL
O "envelhecimento" da população é a principal explicação para o
aumento da participação do idoso
no mercado de trabalho, na avaliação do secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer.
O Censo Demográfico de 2000
do IBGE, diz, confirma a tendência de envelhecimento verificada
ao longo da década de 90. De 1991
para 2000, o grupo de mais de 65
anos passou de 4,8% para 5,9%
sobre o total da população. E a expectativa de vida passou de 66
anos em 1991 para 68,6 anos de
idade, segundo o Censo de 2000.
"A taxa de participação dos idosos [pessoas com mais de 60 anos]
no mercado de trabalho que recebem benefício previdenciário é
bem menor dos que aqueles que
não recebem", afirma.
O secretário destaca que os dados da Pnad de 2001 mostram
também que, entre os homens
que não recebiam benefício (aposentadorias, pensões, auxílio-acidente, entre outros), 80,6% continuavam trabalhando. Mas essa
taxa era de 37,1% entre os que recebiam benefício da Previdência.
"Tem de relativizar essa idéia de
que a Previdência não é suficiente
e não cumpre totalmente a sua
função. O fato de que os homens
que recebem benefício previdenciário não procuram com tanta
intensidade uma ocupação mostra que a Previdência Social, embora pague benefícios modestos,
cumpre parcialmente suas funções", afirma.
Para o secretário, os aposentados que voltam a trabalhar são
empregados em atividades informais porque o contingente de jovens que ingressa a cada ano no
mercado -cerca de 1 milhão- é
cada vez mais qualificado. "Esses
jovens têm segundo grau completo e muitos cursam faculdade, enquanto as gerações anteriores e as
pessoas de idade mais avançada
não tiveram esse acesso à educação", diz.
Apesar de reconhecer os valores
"modestos" pagos aos aposentados, o secretário descarta a idéia
de achatamento dos benefícios,
como informam os sindicatos dos
aposentados e pensionistas da
Força Sindical e da CUT.
De 1994 a 2002, houve crescimento no valor dos benefícios pagos pela Previdência -o valor
médio passou de R$ 306 para
R$ 398. "Isso ocorreu em razão da
estabilização monetária do país
verificada a partir da metade dos
anos 90 e da política gradativa de
recuperação do salário mínimo",
afirma o secretário.
Neste ano, diz, os benefícios que
não equivalem ao salário mínimo
receberam reajuste pelo INPC
(Índice Nacional de Preços ao
Consumidor) do IBGE, de 19,72%
-o salário mínimo (R$ 240) foi
reajustado em 20%. "É preciso
procurar muito para encontrar
sindicatos de trabalhadores que
tiveram reajustes nos salários dessa ordem."
Em relação à proposta de reforma da Previdência, o secretário
reconhece que não se discutiu a
questão de melhorias no piso salarial. "Entendo que o piso de um
salário mínimo pode parecer para
os segurados em áreas urbanas
um valor insuficiente, mas, para a
maior parte dos aposentados que
recebem um salário, não é um valor insignificante", diz.
Dos 10,127 milhões de aposentadorias pagas pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social)
em julho de 2003, 6 milhões tinham valores de um salário mínimo; 1 milhão estava entre um e
dois salários mínimos; 756 mil estavam na faixa entre dois e três salários mínimos e 616 mil, de três a
quatro mínimos. O restante
-1,657 milhão de aposentadorias- era de valores superiores a
quatro salários.
(CR)
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