São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

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PARALISAÇÃO

Empresa aceita termos do TST, mas grevistas farão assembléias

Sai proposta para greve dos Correios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A audiência de conciliação entre os Correios e representantes dos trabalhadores em greve terminou ontem no Tribunal Superior do Trabalho com uma nova proposta do presidente do órgão, ministro Vantuil Abdala, que espera resposta até as 14h30 de hoje.
A proposta de conciliação prevê abono de R$ 800, 8,5% de reajuste a partir de 1º de agosto e outros 3,61% em fevereiro.
Também prevê a reposição dos dias parados em sistema a ser acordado entre os Correios e os trabalhadores. A empresa também se compromete a não punir nem retaliar os participantes do movimento.
Os Correios já divulgaram que aceitam a proposta. Já o Comando Nacional de Negociação, ligado à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios), está dividido. Assembléias serão realizadas na manhã de hoje para definir a posição da categoria.
Os trabalhadores iniciaram a paralisação pedindo reajuste real de 20%, reposição da inflação pelo IPCA (5,67%) até agosto e elevação do piso salarial de R$ 448 para R$ 931.
Grevistas e Correios apresentam números bem distintos da paralisação. Os trabalhadores dizem que a greve atingiu entre 70% e 80% dos funcionários da estatal, já a empresa calculava entre 9,44% e 12%.
Os Correios estimam que o movimento tenha atrasado a entrega de 6 milhões de cartas e encomendas. O prejuízo calculado pela empresa por dia de paralisação é de R$ 20 milhões.

Atrasos
A greve completa hoje uma semana, e quem recebe boleto de cobrança pelos Correios pode ver o documento chegar após o vencimento da conta. Nesse caso, o consumidor não pode ser punido com o pagamento de multa.
Mas órgãos de defesa do consumidor, como o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e a Andecon (Associação Nacional de Defesa do Consumidor), orientam que o consumidor entre em contato com a empresa para tentar negociar uma nova forma de pagamento.
O DPDC orienta que o consumidor anote os dados referentes ao contato com a empresa, como nome da pessoa que o atendeu e o número da ocorrência.
A proposta, que pode ser pagamento por meio da internet ou em um estabelecimento da empresa ou ainda depósito em uma conta indicada, não precisa ser aceita se o consumidor considerar que não é favorável. Nesse caso, ele deve esperar a chegada do boleto para quitar a conta.
A tendência, afirmam os órgãos de defesa do consumidor, é que as empresas decidam prolongar o prazo de vencimento das contas, como em greves anteriores.


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