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Crise reduz emissão de gás-estufa
Maior queda em 40 anos é chance para mudar padrão de crescimento, diz agência
Segundo estudo da Agência Internacional de Energia, pela primeira vez políticas de governo ajudaram a diminuir as emissões
DO "FINANCIAL TIMES"
A recessão global resultou na
maior redução da emissão de
gases-estufa em ao menos quatro décadas, criando uma
"oportunidade única" para
afastar o mundo do padrão de
crescimento altamente baseado em carbono, segundo a AIE
(Agência Internacional de
Energia, ligada à ONU).
No primeiro grande estudo
do impacto da crise nas mudanças climáticas, a AIE descobriu
que as emissões de dióxido de
carbono a partir da queima de
combustíveis fósseis sofreu
uma "significativa queda" neste
ano -mais do que em qualquer
período nos últimos 40.
A desaceleração da produção
industrial é uma das responsáveis pela diminuição do gás carbônico, mas outros fatores contribuíram, como a suspensão
de projetos de usinas a carvão.
Pela primeira vez, as políticas
públicas para cortar emissões
tiveram impacto importante. A
AIE estima que um quarto da
baixa resulte da regulação, uma
proporção "sem precedentes",
diz o relatório. Três iniciativas
tiveram especial efeito: a meta
da União Europeia de reduzir
as emissões em 20% até 2010;
os padrões para as emissões de
carros fixados pelos EUA; e as
políticas de eficiência energética da China.
Fatih Birol, economista-chefe da AIE, disse que a queda foi
"surpreendente" e torna "muito menos difícil" atingir as reduções que os cientistas apontam ser necessárias para evitar
um perigoso aquecimento global. "Temos uma nova situação,
com as mudanças na demanda
por energia e o adiamento de
muitos investimentos na área",
disse Birol. "Mas isso apenas
tem significado se pudermos
fazer uso dessa janela de oportunidade única. [Isso significa]
um acordo em Copenhague."
O estudo da AIE é parte do
seu relatório Cenário da Energia Mundial, que será publicado em novembro. O capítulo será lançado no começo do mês
que vem para que chegue em
tempo às autoridades nas sessões finais de negociação antes
da conferência sobre mudança
climática em Copenhague (Dinamarca) em dezembro.
Amanhã, líderes de governo
se reunião em Nova York, nos
EUA, para um seminário sobre
mudança climática presidido
por Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU (Organização das
Nações Unidas).
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