São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Argentina restringe compra de geladeira

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, afirmou ontem que a Argentina vai restringir as importações de geladeiras do México e do Chile.
A medida será tomada a pedido do governo brasileiro, após verificar que as barreiras colocadas contra os produtos nacionais pelos argentinos estavam beneficiando os fabricantes de geladeiras chilenos e mexicanos.
Há cerca de três meses, a Argentina pediu ao Brasil que controlasse suas vendas de geladeiras para o mercado argentino, sob a alegação de que a indústria brasileira estava prejudicando a indústria local.
Após negociações, ficou decidido que o país teria uma cota de 18 mil geladeiras nos meses de agosto, setembro e outubro.

Efeito contrário
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebeu dados que revelaram que a imposição de cotas ao Brasil, em vez de beneficiar a indústria Argentina, havia aumentado as importações de produtos do Chile e do México.
"Se houver desvio de comércio, romperemos o acordo e inundaremos o mercado argentino", ameaçou Márcio Fortes, secretário-geral do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
"A base do acordo [entre Brasil e Argentina] é a de que não pode haver desvio de comércio", disse Fortes, para justificar a ameaça.
Ontem, no entanto, Ramalho disse ter conversado com autoridades argentinas e afirmou que o problema estava resolvido. "Isso aconteceu no passado recente. Não vai acontecer mais", afirmou o secretário.

Discussão
Na próxima semana, empresários dos dois países irão se reunir para discutir as cotas de exportação do Brasil para os próximos meses. O governo participará da reunião.
Conforme a Folha publicou ontem, os fabricantes brasileiros de lavadoras de roupa decidiram cortar suas linhas de produção em razão das medidas protecionistas adotadas pela Argentina.
No total, as exportações brasileiras (incluindo ainda fogões e geladeiras) representam cerca de 26% das vendas externas desses produtos.


Texto Anterior: Europeus cobram mais integração
Próximo Texto: Casa automatizada: Uso de robôs deve crescer 559%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.