São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Quilo do pão francês chega a custar R$ 7 em São Paulo

No primeiro dia de venda por peso, 5% das padarias fiscalizadas não seguiam as regras

Segundo o Procon-SP, com o maior valor cobrado no pão, é possível comprar mais de 1 kg de carne (R$ 5,96) ou ainda 5 kg de arroz (R$ 6,12)


DO "AGORA"

No primeiro dia da obrigatoriedade da venda do pão francês por peso, padarias da capital paulista chegaram a cobrar até R$ 7 pelo quilo do produto, ou seja, R$ 0,35 por unidade. O menor valor encontrado ficava em torno de R$ 4,20 o quilo.
Segundo pesquisa de preços da cesta básica divulgada ontem pelo Procon-SP, com o valor de R$ 7 pago pelo quilo do pãozinho é possível comprar mais de um quilo de carne de segunda sem osso (R$ 5,96) ou cinco quilos de arroz (R$ 6,12).
Na padaria Iracema de Angélica, em Santa Cecília (região central), por exemplo, o quilo do pão -cerca de 20 unidades- era vendido por R$ 7. Com o mesmo valor, o cliente pode comprar quase um quilo e meio de lingüiça fresca, que custa R$ 4,73 por quilo, segundo o Procon-SP.
Segundo um dos proprietários da padaria, Manuel Capela Tarelho, ontem, quando a padaria começou a vender pão por quilo, não ocorreram reclamações. Para evitar aumento no preço da unidade, os pãezinhos, que sempre tinham cerca de 55 gramas, passaram a pesar aproximadamente 45 gramas ontem. "Tivemos de baixar para o cliente não achar que estamos cobrando mais", diz.
Ontem, fiscais do Ipem-SP (Instituto de Pesos de Medidas do Estado de São Paulo) realizaram uma ronda para conferir se todos os locais já vendiam o pão por quilo. Segundo o chefe do Departamento de Fiscalização de Produtos Pré-Medidos, Paulo Lopes, de 228 padarias visitadas no Estado, 13 ainda não estavam totalmente adaptadas (9 ainda vendiam o pão por unidade e 4 tinham problemas na fixação do preço).

Surpresa
A mudança na forma de venda do pão causou surpresa em consumidores da capital. Em padarias e mercados, os comerciantes afirmavam que muitos estanharam a alteração e desaprovaram a nova forma de venda do produto.
A aposentada Irani Alves Rodrigues, 81, foi uma das que não gostaram. Segundo ela, a venda do pão por quilo fez o preço da unidade subir. "Não quero saber do tamanho. Sei que ficou mais caro. Não gostei."
A professora Tereza Preda, 50, gostou da venda do pão por peso. Na padaria onde ela costuma comprar -Gran Royalle, em Santana (zona norte)- o tamanho do pãozinho foi reduzido e o preço da unidade caiu. "Deu para economizar. Por quatro pães, gastava R$ 1,20. Hoje [ontem], gastei R$ 1,14", disse a professora.


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