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Polícia prende mais de 30 acusados de clonar cartões
Grupo também dava golpes pela internet, diz PF
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A Polícia Federal prendeu
ontem 36 pessoas acusadas de
integrar uma quadrilha de clonagem de cartões bancários e
fraudes pela internet que aplicou golpes em todo o país e pode ter causados prejuízos de
mais de R$ 80 milhões, desde
2004.
Quase todas as prisões aconteceram no Ceará -só três delas no Rio Grande do Norte. A
PF ainda cumpria, no final da
tarde de ontem, mandados de
prisão de mais 13 pessoas, que
não tinham sido encontradas.
Na operação, chamada de Ciclone, ainda foi possível
apreender um equipamento
criado pela quadrilha para esvaziar caixas eletrônicos só
com um toque de controle remoto. O aparelho, apelidado de
"disparador de cédulas", era
implantado em um caixa eletrônico possivelmente com a
conivência de algum funcionário. Ao simular um saque normal, os integrantes da quadrilha só clicavam em um controle
remoto, que acionava o equipamento.
O aparelho encontrado era
feito sob medida para os caixas
do Banco do Brasil. A Polícia
Federal suspeita de que a máquina possa ter sido usada no
sumiço de R$ 89 mil de um caixa eletrônico em São Paulo.
A base da quadrilha eram os
municípios de Crateús e Novo
Oriente, na divisa do Ceará com
o Piauí. O líder do grupo que foi
preso é José Gleidson Falcão,
segundo a PF. Participaram da
operação 250 policiais federais,
de oito Estados.
Além das prisões, também
houve apreensões de diversos
cartões, documentos falsos e
computadores. Entre os presos, estão um major e um capitão do Corpo de Bombeiros do
Ceará, que atuavam como "hackers" e também tinham envolvimento com tráfico de drogas,
segundo o delegado Alessandro
Vieira, da PF de Brasília, que
coordenou a ação.
Ingenuidade
As fraudes pela internet, segundo o superintendente da PF
do Ceará, Manuel Trajano Dualibe, só são possíveis pela "ingenuidade" de algumas pessoas
que abrem e-mails desconhecidos e que são infectados com vírus, que depois permitem aos
"hackers" descobrir senhas.
A clonagem de cartões acontece por meio de aparelhos,
chamados de "chupa-cabras",
implantados também nos caixas eletrônicos, que captam os
dados do cartão magnético do
correntista que acessa o terminal. Ao clonar um cartão, os envolvidos seguiam a cidades vizinhas para fazer saques e outras
operações, como empréstimos
e financiamentos, além de clonar mais cartões.
A quadrilha tinha empresas
de fachada para a lavagem do
dinheiro, e ao menos 14 dos
presos também tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Com as empresas fantasmas, os acusados também conseguiam empréstimos bancários, limites de cheque especial,
e até participavam de licitações. Uma funcionária terceirizada da Prefeitura de Fortaleza
também foi presa, acusada de
fornecer informações privilegiadas à quadrilha sobre processos licitatórios.
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