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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresário já prevê queda nas vendas
Cerca de 67% dos empresários já esperam desaceleração
da economia, contração nas
vendas e admitem reduzir suas
projeções de crescimento diante da crise global. Os dados são
de pesquisa da auditoria RCS
Brasil, que ouviu 250 pequenos
e médios empresários entre os
dias 13 e 15 deste mês.
Segundo a pesquisa, apenas
39% dos entrevistados acreditam que sairão da crise imunes.
Eles citaram diversas ações que
planejam para reagir à turbulência e minimizar as perdas.
Cerca de 25% afirmaram que
reduzirão custos fixos, inclusive com pessoal. Outros 15%
pretendem cortar gastos, mas
não com salários.
O aperto do crédito também
trará prejuízos aos empresários. Sem acesso a financiamentos, 43% deles vão rever os
planos de expansão para 2009 e
11% tentarão alongar prazos
com fornecedores e renegociar
compromissos. Outros 8% admitem atraso no pagamento do
13º salário dos funcionários.
Para o presidente da RCS,
Raul Corrêa da Silva, os pequenos e os médios empresários
sentirão de forma diferente das
grandes empresas os impactos
da crise. "As grandes corporações sofrem antes, porque dependem mais de crédito e trabalham com escalas maiores."
Independentemente do porte da empresa, os reflexos da
crise podem ser minimizados
se os recursos disponíveis com
o desconto nos compulsórios
chegarem a empresários e consumidores, afirma o presidente
da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato.
"O Banco Central tem tomado medidas para irrigar a economia real com recursos para
que as linhas de crédito voltem.
Mas os bancos estão com medo
de emprestar às empresas e estão aplicando em títulos", afirma Barbato.
LADEIRA
Os preços dos imóveis de Manhattan, que ainda não tinham sido atingidos pelas turbulências financeiras, começaram a despencar, e se juntam ao resto dos já combalidos imóveis norte-americanos; a média de preços na ilha caiu 11,3% no último trimestre, ante o período anterior, segundo o "Financial Times"; corretores já prevêem novas quedas
PRA LÁ E PRA CÁ
Armínio Fraga (ex-BC)
acha que é mesmo papel do
governo tentar amortecer os
impactos da crise com políticas anticíclicas. Diz, no entanto, que não dá para fazer
milagres. "Não é possível andar na mesma velocidade
com vento a favor e vento
contra." Em algum momento, essa política pode provocar algum desgaste: ou na
balança de pagamentos ou
na inflação ou nas duas coisas. Sobre a reunião do Copom da próxima semana,
prefere não se manifestar.
INSEGURO
As seguradoras estão discutindo os efeitos da crise no
setor. Leoncio de Arruda, do
Sincor-SP (sindicato do setor), teme que a escassez de
crédito afete as seguradoras.
"O setor de seguros segue a
economia", diz. As maiores
preocupações são a desaceleração das vendas de veículos, que respondem por 30%
dos negócios, e das exportações. "Toda a economia para
a exportação tem crédito
atrelado a seguro."
CARGA PESADA
O segmento de transporte
de cargas superpesadas no
Brasil pode ter de fazer revisões de cronogramas de
obras, "em um futuro próximo", segundo Lupercio Torres Neto, presidente da Irga,
líder no segmento na América Latina. "O setor por enquanto está estável, mas,
com alta de juros e dificuldade de financiar equipamentos, é possível que ocorram
cancelamentos de projetos e
suspensão de fabricação."
VOU DE TÁXI
Lewis Hamilton vai trocar
o "cockpit" de sua McLaren
por um táxi na noite de 30 de
outubro, em São Paulo, nas
vésperas do GP Brasil. Hamilton vai participar do Movimento Piloto da Vez, da
Johnnie Walker. Segundo
pesquisa feita pelo projeto, o
número de brasileiros que
acreditam que os motoristas
do país ingerem bebidas alcoólicas antes de dirigir caiu
de 90% em 2007, para 76%
em 2008. Para Hamilton,
apesar da queda, os números
ainda são assustadores.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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