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Medidas elevam déficit para mais de US$ 1 trilhão
DO ENVIADO A WASHINGTON
Várias projeções já jogam
o déficit federal dos EUA para mais de US$ 1 trilhão no
ano fiscal de 2009 como resultado das medidas de estímulo ao setor financeiro e à
economia. Se isso de fato
ocorrer, o déficit deve mais
do que dobrar na comparação com os US$ 455 bilhões
do ano fiscal de 2008.
Se aprovado, o novo pacote
de estímulo às famílias se somará a outras medidas bilionárias já adotadas: US$ 700
bilhões para o setor financeiro, US$ 28,8 bilhões para socorrer o Bear Stearns, US$
200 bilhões para as empresas de hipotecas estatizadas
Freddie Mac e Fannie Mae e
US$ 85 bilhões para a seguradora AIG.
Até agora, tem havido pouca resistência de congressistas em relação ao aumento
do déficit. Especialmente
porque, até aqui, o custo do
financiamento é proporcionalmente baixo em relação
ao tamanho da economia dos
EUA, de US$ 14 trilhões.
Neste momento, os financiadores desse déficit têm
aceitado juros de 4% ao ano,
ou até bem menos do que isso, para comprar títulos do
governo e assim fugir dos recentes riscos no mercado financeiro. Com isso, a dívida
de US$ 1 trilhão custa ao Tesouro no máximo US$ 40 bilhões ao ano, um valor baixo
em relação à economia como
um todo.
Riscos
Alguns analistas, no entanto, vêem risco a médio e
longo prazos, quando a economia entrar em uma fase de
recuperação e, conseqüentemente, de tendência de alta
dos juros. "Aí teremos alguma preocupação com todos
os empréstimos que o governo vem fazendo", afirma
Josh Feinman, economista
do Deutsche Bank.
Ontem, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
Henry Paulson, voltou a defender os pacotes de socorro
e afirmou que é possível que
o contribuinte acabe ganhando com eles.
"O que estamos fazendo é
um investimento, não um
gasto. E não existem razões
para não acreditarmos que
esses programas podem acabar não custando nada para
os contribuintes", afirmou o
secretário.
O secretário do Tesouro
afirmou ainda que estão
"muito adiantados" os contatos com outras instituições
financeiras que devem ter
participações acionárias
compradas pelo governo dos
EUA. O prazo para os bancos
ingressarem no programa é
14 de novembro.
(FCZ)
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