São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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Medidas elevam déficit para mais de US$ 1 trilhão

DO ENVIADO A WASHINGTON

Várias projeções já jogam o déficit federal dos EUA para mais de US$ 1 trilhão no ano fiscal de 2009 como resultado das medidas de estímulo ao setor financeiro e à economia. Se isso de fato ocorrer, o déficit deve mais do que dobrar na comparação com os US$ 455 bilhões do ano fiscal de 2008.
Se aprovado, o novo pacote de estímulo às famílias se somará a outras medidas bilionárias já adotadas: US$ 700 bilhões para o setor financeiro, US$ 28,8 bilhões para socorrer o Bear Stearns, US$ 200 bilhões para as empresas de hipotecas estatizadas Freddie Mac e Fannie Mae e US$ 85 bilhões para a seguradora AIG.
Até agora, tem havido pouca resistência de congressistas em relação ao aumento do déficit. Especialmente porque, até aqui, o custo do financiamento é proporcionalmente baixo em relação ao tamanho da economia dos EUA, de US$ 14 trilhões.
Neste momento, os financiadores desse déficit têm aceitado juros de 4% ao ano, ou até bem menos do que isso, para comprar títulos do governo e assim fugir dos recentes riscos no mercado financeiro. Com isso, a dívida de US$ 1 trilhão custa ao Tesouro no máximo US$ 40 bilhões ao ano, um valor baixo em relação à economia como um todo.

Riscos
Alguns analistas, no entanto, vêem risco a médio e longo prazos, quando a economia entrar em uma fase de recuperação e, conseqüentemente, de tendência de alta dos juros. "Aí teremos alguma preocupação com todos os empréstimos que o governo vem fazendo", afirma Josh Feinman, economista do Deutsche Bank.
Ontem, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, voltou a defender os pacotes de socorro e afirmou que é possível que o contribuinte acabe ganhando com eles.
"O que estamos fazendo é um investimento, não um gasto. E não existem razões para não acreditarmos que esses programas podem acabar não custando nada para os contribuintes", afirmou o secretário.
O secretário do Tesouro afirmou ainda que estão "muito adiantados" os contatos com outras instituições financeiras que devem ter participações acionárias compradas pelo governo dos EUA. O prazo para os bancos ingressarem no programa é 14 de novembro. (FCZ)


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