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Lula aumenta brechas para reduzir aperto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante das dificuldades
enfrentadas para cumprir a
meta de superavit primário
fixada para o ano, o governo
Luiz Inácio Lula da Silva tem
elevado as brechas legais que
permitem um aperto fiscal
menor.
Já era permitido abater da
meta cerca de dois terços dos
investimentos do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento). Neste ano, o
Executivo propôs estender a
regra para todo o PAC e ainda incluiu na conta o recém-lançado programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Com esses artifícios, o superavit do setor público (incluindo Estados, municípios
e estatais) programado para
o ano de 2009, que já havia
sido reduzido de 3,8% para
2,5% do Produto Interno
Bruto, agora pode cair a até
1,56% do PIB.
Há ainda a possibilidade
de cumprir a meta com receitas do fundo soberano,
uma poupança feita no ano
passado e equivalente a 0,5%
do PIB. O governo, no entanto, afirma que não pretende
recorrer a esse expediente
neste ano.
E, provavelmente, não será necessário: com R$ 26,5
bilhões de superavit acumulado até agosto, o Tesouro
precisa de R$ 16,2 bilhões para atingir a meta do ano. Como deve executar perto da
metade dos R$ 28,5 bilhões
disponíveis para o PAC e o
Minha Casa, o superavit restante é factível.
Outubro é um mês favorável para a arrecadação, devido ao cronograma de recolhimento do Imposto de
Renda das empresas e da
Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido. O último bimestre do ano, porém, costuma ser deficitário.
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