São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Votorantim vira 3ª maior em zinco no mundo

Companhia adquire U.S.Zinc por US$ 295 milhões e ingressa nos mercados norte-americano e chinês

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Votorantim Metais comprou ontem a U.S.Zinc, subsidiária do grupo americano Aleris International, por US$ 295 milhões. Com a aquisição, a Votorantim torna-se a terceira maior produtora de zinco do mundo, atrás da NYStar e da Korea Zinc, e a maior em óxido de zinco. Além disso, entra nos maiores mercados do mundo: Estados Unidos e China.
"É um passo importante na internacionalização da empresa, que pretende tornar-se a mais competitiva do mundo", afirma João Bosco Silva, diretor-superintendente da Votorantim Metais. "Com a U.S.Zinc, reduziremos a volatilidade da dependência da economia brasileira e passaremos a conhecer e a explorar novas oportunidades nos mercados americano e chinês."
A compra da U.S.Zinc é a segunda da Votorantim Metais no ano. Em março, a empresa havia adquirido 52% da colombiana Acerías Paz del Río, por US$ 485 milhões. Com a aquisição, 40% do faturamento da Votorantim Metais virá do exterior, sendo que o zinco passa a responder pela maior fatia de seus negócios.
A U.S.Zinc é recicladora de resíduos industriais, produtora de zinco metálico e tem um braço de trading (comércio exterior). Com cinco fábricas nos EUA e uma em construção na China, tem capacidade de produção de 130 mil toneladas por ano e fabricou, em 2006, 110 mil toneladas a partir de reciclagem. A maior parte de sua produção é destinada às indústrias de pneus e cerâmica. O zinco também é usado na galvanização, processo que evita a corrosão de metais.
Segundo Germano Mendes de Paula, professor da Universidade Federal de Uberlândia e especialista em siderurgia, o consumo de zinco cresceu, em média, 4,2% no mundo, entre 2001 e 2006. A participação da China no consumo global passou de 17% para 29,9% no período e tende a chegar a 34,6% em 2010. Já no Brasil o crescimento médio foi de apenas 1,8% nos últimos cinco anos.
"A Votorantim começou a se internacionalizar com o cimento e gostou do que viu", afirma de Paula. "Em seu modelo de negócios, que abriga mineração e metalurgia, essa aquisição faz sentido porque amplia o escopo de atuação da empresa."
Além de abrir um canal para a venda nos EUA do zinco extraído no Peru, o novo braço da empresa permite que a Votorantim Metais passe a exportar outros produtos para aquele mercado, como níquel e alumínio. Segundo Silva, a Votorantim continua procurando oportunidades de aquisição.
"Os dois maiores competidores mundiais não têm produção integrada como nós", diz ele. "Hoje extraímos 50% de nossa produção e queremos atingir 70% em três anos."
Para isso, além de estar de olho em novas aquisições, a empresa também tem investido em prospecção de novas minas e aumento de capacidade. A empresa, por exemplo, destinou US$ 500 milhões para a expansão da operação peruana. Espera também trazer para o Brasil as técnicas de reciclagem da U.S.Zinc, mais avançadas que a operação nacional.


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